A Lauríssima tem
acompanhado os jogos da Copa comigo. Segue uma estratégia simples para
maximizar a sua utilidade e que consiste em adaptar a sua função de utilidade
às circunstâncias. Por exemplo, começou o jogo de Espanha com a Holanda a
apoiar a Espanha (penso que por ter uma amiga com mãe espanhola) mas ao
terceiro golo da Holanda passou a ser uma fervorosa adepta da laranja mecânica.
Ontem, quando a
fui buscar ao colégio, sou surpreendido com as cores de Portugal estampadas na
sua cara. No caminho para casa expliquei-lhe que contra a Alemanha muito
provavelmente íamos perder, mas que, como era Portugal, ela não podia apoiar os
vencedores. Expliquei-lhe que fosse qual fosse o resultado teria de estar
sempre do lado português e não ver nisso qualquer embaraço.
Para me mostrar
que percebeu, disse-me:
― Papá, eu só mudo
de equipa quando não é Portugal. Com Portugal, mesmo que estejamos a perder por
dois, continuo a apoiar Portugal.
Não contente com
esta afirmação de patriotismo, acrescenta:
― Mesmo que
esteja a perder por três, continuo a ser por Portugal
E antes de chegar a casa ainda vai a tempo de dizer:
― Mesmo a perder
por quatro, Portugal é o melhor.
Felizmente, não teve tempo para mais prognósticos. Mas, no fim, é isto mesmo. A única coisa a fazer é levantarmos a cabeça e ir para cima dos americanos e dos ganeses com o que temos.
Se chegarmos aos
oitavos, uma nova etapa começa e todos voltamos a estar em igualdade de
circunstâncias. Se não chegarmos, paciência. Objectivamente, isto só tem a importância
que lhe dermos e só faz sentido dar-lhe importância se ganharmos.
Temos de ir para cima dos americanos with resolution e dos ganeses com gana! E mandar o Paulo Bento e o Pepe regressar a Portugal.
ResponderEliminarAs minhas netas! Que maravilha ter netas assim.
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