Neste momento, estamos talvez a meio da chuvada que esta tempestade irá trazer. As previsões indicam que talvez amanhã à noite as coisas melhorem. O problema maior é a chuva cair mais depressa do que as ruas e os bayous a conseguem escoar. Há mais áreas inundadas nesta tempestade do que em outras passadas e Houston nunca inundou assim, nem com a tempestade Allison em 2001.
Nas piores áreas, as pessoas estão a ser aconselhadas a não se abrigarem no sótão e, em vez disso, tentarem ficar no cimo do telhado para serem recolhidas. Já tivemos vários avisos de tornado na cidade, que afectaram zonas inundadas, disseram-nos para ir para andares mais altos das casas, mas não para o telhado. O objectivo é ficar num sítio interior da casa, onde temos poucas coisas por cima da cabeça -- assim, se o telhado cair, as pessoas não terão tantas coisas a cair-lhes em cima. (Desde que comecei a escrevermos, o número de avisos de tornado aumentou de dois para cinco.)
As autoridades mobilizaram a população para tentar ajudar quem está nas zonas mais baixas, especialmente quem tem um barco que pode navegar as ruas inundadas. Ouvi agora um anúncio da polícia a pedir barcos de alumínio à população. Estão a tentar recolher o maior número de pessoas possível antes de escurecer, metê-las num autocarro, e levá-las para fora da cidade. Dentro da cidade, o Mayor mandou abrir bibliotecas e centros públicos para onde levar pessoas que precisam de ser abrigadas -- o objectivo é criar "lilipad safe havens", mesmo que não estejam equipados com comida ou água. São 12h45m agora, temos talvez seis a sete horas.
Tenho estado em contacto com alguns portugueses que conheço aqui e todos parecem estar bem até agora. Os meus amigos americanos também estão bem, mas há receio de que a água entre em algumas casas. Uma das minhas vizinhas estava para ir para casa de uma filha em Austin, mas como não quis abandonar uma das filhas que vive em Houston, ficou aqui o que acabou por ser uma boa decisão. Em Austin, as coisas estão pior do que as pessoas esperavam; por exemplo, em casa da filha, as árvores do vizinho caíram no jardim da frente e para além de não poder sair de casa porque o carro ficou bloqueado, ficou sem electricidade, não sabendo quando irá ser ligada.
Saí à rua quando a chuva abrandou para ver como estava a situação. A minha área nunca inundou nos quase 60 anos desde que a minha rua foi construída, mas a rua principal da minha vizinhança parece um rio e, nos cruzamentos, a água acumulada chega até aos meus joelhos. Nas traseiras de minha casa, houve alguma acumulação de água, mas por enquanto parece que está a escoar bem em redor da casa. Alguma água entrou na garagem, mas isso já tinha acontecido em Maio de 2015. Podem ver vídeos aqui, aqui, e aqui. (Nos 20 minutos desde que tirei o vídeo, a chuva abrandou e as ruas não têm tanta água na minha vizinhança.)
Na Internet, podemos consultar as cameras de trânsito em Houston (Houston TranStar Cameras) e há um mapa que indica as condições de trânsito em directo. Muitas das ruas que dão acesso às vias rápidas (feeder roads) estão intransitáveis.
Como está a situação a estas horas por aí?
ResponderEliminar6ª feira passou no jornal das 18:00 da rádio M80 o comentário de uma portuguesa de nome Rita (mas não era Carreira) a viver em Houston, eras tu?
ResponderEliminarNão era eu.
EliminarCitação adicionada por mim, a partir deste artigo, na página de uma ilustradora americana:
ResponderEliminar«(...)
Margaret Scott, your illustration
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1612413315470452&set=a.114805615231237.6916.100001053976705&type=3&theater
is quite accurate
https://www.facebook.com/margaret.scott.3597/posts/1612413458803771?comment_id=1614403145271469&comment_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R%22%7D
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In the worst areas, people are being advised not to shelter in the attic and instead try to stay on top of the roof to be collected
(...)»
[Rita I Carreira in Texas, 27/08/2017 18:48 GMT]