Um blogue de tip@s que percebem montes de Economia, Estatística, História, Filosofia, Cinema, Roupa Interior Feminina, Literatura, Laser Alexandrite, Religião, Pontes, Educação, Direito e Constituições. Numa palavra, holísticos.
Na rua não adianta nada. Na floresta é que são precisos braços para roçar mato. Ninguém faz ideia do trabalho colossal que é manter limpo de combustível o interior montanhoso e pedregoso de Portugal. Já estou a ver no que estas manifestações vão dar. No que é fácil: multas mais pesadas e expropriação dos velhos desgraçados que ficaram nas aldeias (ou já nos cemitérios) e ousam não ter a força e vontade de outrora para ir buscar lenha ao pinhal; e proibição de culturas que permitam obter os rendimentos suficientes para fazer uma gestão racional da floresta. A uma catástrofe sucederá outra catástrofe.
Há certas coisas simples que não ouço ninguém falar e que podem contribuir para o abandono da floresta. Por exemplo, como é que, entre os muitos milhares, um pequeno proprietário semi-analfabeto que obtém uma receita de 1000 ou 2000 euros por ano, no corte de pinheiros, organiza a sua pequena contabilidade, regista as despesas com a limpeza dos matos e prepara a declaração dos seus rendimentos? Tem que pagar uma avença ao contabilista? Que proporção da receita que a floresta proporciona é gasta em custos administrativos, pedidos de licenças, etc? O Estado apoia suficientemente os cidadãos a cumprir as exigencias que lhes cria? Ou só aparece para lhes dar com um chicote num dia e chorar a desgraça no outro?
Atitude muito digna. E diz a verdade. Quando o Estado não se intrometia não existiam tantos incendios catastróficos. O excesso de regulação e burocracia paralisa qualquer actividade. No campo, o que não é proibido é obrigatório e o que não é obrigatório é proibido. É claro que as pessoas se aborrecem e tratam de vida.
Na rua não adianta nada. Na floresta é que são precisos braços para roçar mato. Ninguém faz ideia do trabalho colossal que é manter limpo de combustível o interior montanhoso e pedregoso de Portugal. Já estou a ver no que estas manifestações vão dar. No que é fácil: multas mais pesadas e expropriação dos velhos desgraçados que ficaram nas aldeias (ou já nos cemitérios) e ousam não ter a força e vontade de outrora para ir buscar lenha ao pinhal; e proibição de culturas que permitam obter os rendimentos suficientes para fazer uma gestão racional da floresta. A uma catástrofe sucederá outra catástrofe.
ResponderEliminarHá certas coisas simples que não ouço ninguém falar e que podem contribuir para o abandono da floresta. Por exemplo, como é que, entre os muitos milhares, um pequeno proprietário semi-analfabeto que obtém uma receita de 1000 ou 2000 euros por ano, no corte de pinheiros, organiza a sua pequena contabilidade, regista as despesas com a limpeza dos matos e prepara a declaração dos seus rendimentos? Tem que pagar uma avença ao contabilista? Que proporção da receita que a floresta proporciona é gasta em custos administrativos, pedidos de licenças, etc? O Estado apoia suficientemente os cidadãos a cumprir as exigencias que lhes cria? Ou só aparece para lhes dar com um chicote num dia e chorar a desgraça no outro?
ResponderEliminarCaro Nuno Gaspar, dava-lhe jeito ler esta entrevista: https://ionline.sapo.pt/584156
EliminarAtitude muito digna. E diz a verdade. Quando o Estado não se intrometia não existiam tantos incendios catastróficos. O excesso de regulação e burocracia paralisa qualquer actividade. No campo, o que não é proibido é obrigatório e o que não é obrigatório é proibido. É claro que as pessoas se aborrecem e tratam de vida.
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