segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Serviço Público


Caras mulheres, 


Na minha recente visita a Portugal fui ao Centro Português de Fotografia (CPF), no Porto, onde está em exposição um estudo da vida nas prisões de Portugal. Uma curiosidade: o CPF fica na antiga Cadeia da Relação do Porto, onde Camilo Castelo Branco e Ana Plácido estiveram presos por adultério. 


Segundo as fotos, as prisões para mulheres não são tão más quanto as dos homens -- eu não me importaria de lá viver. Por isso, se estiverem numa situação como a da mulher adúltera do acórdão do Porto, pode ser mais vantajoso cometerem um crime do que estarem sujeitas à violência do vosso esposo e do vosso amante. É que esta mulher adúltera podia ter morrido ou até saído daquele episódio desfigurada. 


Estou aqui a imaginar se o acórdão do Tribunal, se a coitada tivesse sido morta por aqueles dois homens, teria considerações acerca da moralidade da vítima e do quão justa teria sido a sua morte. É um exercício verdadeiramente doentio, por isso mais vale pensar em encontrar uma solução melhor para a sociedade portuguesa, ou não fosse eu economista. 


Depois de alguma reflexão, concluo que a solução é a que foi avançada pela Lorena Bobbitt: se o vosso marido não bate bem da bola, pensem em cortar-lhe a pilinha. A sociedade não perde grande coisa e o marido maluco não vos pode tentar matar quando vocês estão dentro da prisão.


Nota de rodapé: notem que eu não estou a incentivar que vocês se tornem criminosas, estou apenas a tentar equilibrar a balança dado o acórdão do Tribunal, pois muitos homens ao ler aquilo devem pensar que é legítimo andar à pancada à esposa, se se acharem afrontados na sua honra. Alguém tem de dizer aos homens que "quem vai à guerra dá e leva..."

1 comentário:

  1. A sentença ditada pela Relação do Porto é uma idiotice total.
    Mas a justiça em Portugal, não só em Portugal, já nos habitou a disparates de tamanho abismal. É o normal anormal.

    Mas não se tomem todas as mulheres por vítimas e todos os homens por carrascos.
    A perversidade não é monopólio de um dos sexos.
    Há mulheres mães que, sem razões provadas ou sequer invocadas em tribunal, recusam aos pais o direito de visitar os filhos menores de ambos, mesmo se a separação foi acordada e, entre outros, o direito de visitas assegurado, por escrito e homologado pelo tribunal.

    Pois mesmo nestas condições essas mulheres mães recusam o direito de visita mas continuam a exigir o pagamento das pensões de alimentos. Sem que o tribunal faça cumprir o acordado.

    Um caso destes foi há dias, ao fim de vários anos, resolvido, segundo li algures. Os protagonistas, figuras públicas, são uma apresentadora de televisão e um futebolista.

    Há homens monstruosos, mas há mulheres que não lhes ficam atrás em perversidade.
    E, sobretudo, frequentemente não há justiça que mereça o nome.

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