Então, passei a semana a passear na margem do Lago Minnetonka depois de sair do trabalho. À noite, quando o tempo o permite, a cidade, que tinha menos de 3700 habitantes no censo de 2010, fica muito animada e o pessoal sai todo para a rua para ir comer fora e desfrutar algum tempo nas esplanadas. Lembrou-me bastante do estilo de vida de Portugal e, tive bastante sorte porque o tempo esteve tão bom, que todos os colegas me diziam que eu tinha escolhido a semana ideal. Se tivesse ido há duas semanas, haveria frio.
(Nota: este post tem muitas fotos)
Uma das coisas que se nota em Wayzata é que os restaurantes e as lojas estão todos cheios de vasos com flores e a cidade também tem zonas verdes ao longo do passeio. No Sábado de manhã, quando saí do hotel para ir tomar o pequeno-almoço, percebi o esquema: há uma equipa de voluntários que trabalha ao fima-se semana a plantar flores. É uma mistura de faixas etárias: crianças, jovens, adultos em vida activa, e reformados. Fiquei mesmo encantada por ver várias gerações a trabalhar para o bem comum. Por falar em jardinagem, as árvores da cidade são espantosas e estavam todas em flor. Em certas partes, sentia-se um aroma doce no ar.
A cidade, que foi fundada 1854, é rica em histórias e lendas locais. Uma das minhas colegas de trabalho, que é das mais antigas, contou-me muitas histórias, como o facto de James J. Hill, que era dono do caminho de ferro, ter tido um desacordo com as autoridades da cidade e para os castigar construiu o caminho de ferro entre a cidade e o lago, mesmo na margem. Outra história que me contou foi que Hill, que vivia numa das ilhas do lago, ter mandado construir uma cabana na margem do lago para a sua amante e, à noite, lá remava ele um barco para ir ter com ela. Devia ser um homem de bastante energia para aguentar tanto esforço físico...
Wayzata tem uma associação de história local: a Wayzata Historical Society tem sede na antiga estação de caminho de ferro e pela cidade encontram-se marcos informativos com factos históricos. Espalhados pela zona turística, também há bancos de jardim com informação sobre quem financiou a sua aquisição e o motivo. Muitas vezes são oferecidos por famílias ou em memória de alguém que morreu.
É uma cidade muito turística e muito do que se vê agora foi recentemente renovado. Convidaram um construtor para desenvolver e dinamizar a baixa da cidade, com edifícios de apartamentos, espaço comercial, etc.
Agora deixo-vos com algumas fotos:
O pátio traseiro do Starbucks dá para o lago e fizeram um pequeno jardim,
onde um coelho gosta de andar, os esquilos brincam,
e a passarada voa de arbusto em arbusto
A marina de Wayzata, que fica mesmo ao lado do porto, e que tem um restaurante e uma cervejaria com esplanadas
O lago visto do passeio, em frente aos apartamentos, nesta foto vê-se o caminho férreo por cima da cerca
O refúgio de vida selvagem que fica entre a marina e a praia; notem que o solo em redor foi preparado para os voluntários plantarem plantas em redor
Óptimo post, muito bem ilustrado, com o (meu) destaque para a conservação da infraestrutura ferroviária, exactamente o oposto do que sucede aqui por Portugal.
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