sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Leao

Estou de férias e vim a Houston. Antes de partir, dei um pulo ao cabeleireiro, mas como a minha estilista habitual não está a ver ninguém porque a filha testou positivo para Covid, tive de ir a outro lado. Fiz a reserva online e reparei que o sobrenome da estilista que me ia atender me parecia português: Leao. Era mesmo, é uma senhora que já deve ter mais de 60 anos, que nasceu em Hong Kong, de pai português e mãe chinesa. O pai registou-a como portuguesa, mas ela só descobriu há pouco tempo, quando pediu a uma amiga que falava português para traduzir um papel.

Perguntei-lhe se tinha passaporte, mas não tinha o português, nem se apercebeu que podia tirar, que podia viver em Portugal, que direitos tinha enquanto portuguesa. Também não precisa, dado que também tem nacionalidade americana e britânica. Fiquei curiosa em saber quantas pessoas não estarão em situação semelhante, em que são cidadãos de Portugal, mas não sabem o que isso significa.

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