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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

1920

Esta noite foi a primeira vez que vi um filme numa sala de espectáculos desde o início da pandemia. Apesar de no condado de Shelby, onde eu moro, o uso de máscara ser considerado facultativo desde recentemente, continuei na minha e usei máscara. Não vale a pena arriscar, quando parece que já estamos tão perto do fim.

Fui ver um filme de 1920, que se enquadra no expressionismo alemão, Das Cabinet des Dr. Caligari (O Gabinete do Dr. Caligari), considerado um clássico e o primeiro filme de terror. O filme é mudo, mas contámos com uma performance ao vivo da banda The Pop Ritual, que tinha como convidado o Luís Van Seixas, que é português. Gostei imenso. Não conhecia o filme, mas fiquei fã. E a música estava mesmo excepcional e criava uma atmosfera óptima para acompanhar a película.

E já viram o quão apropriado é? Em 1920, quando o filme estreou, também estávamos dois anos pós-pandemia. Para quem tiver curiosidade, aqui está o filme, mas com uma banda sonora diferente da que ouvi.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Procrastinar



Há uns dias, deu-me para andar a procurar vídeos da Marlene Dietrich e acabei por ver este filme dela: The Monte Carlo Story (1957), que está completo no YouTube. Já não me recordo o que causou tal busca, mas decerto que foi um ataque de procrastinação. (Eu sei, eu sei, tenho andado ausente, mas escrevo-vos posts na minha cabeça todos os dias -- só não os chego a publicar... My bad!)

Pronto, vou deixar-vos outra coisa gira: alguns pedaços da entrevista da Ruth Bader Ginsberg, Juíza do Supremo Tribunal dos EUA, a Poppy Harlow. RBG, como é conhecida, tem 85 anos e está fresca que nem uma alface...

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Mal de Pierres

Ontem vi o filme "Mal de Pierres", uma adaptação do romance de Milena Agus. O enredo é um estudo sobre como o amor, que contrasta o aspecto carnal -- a loucura da paixão -- com o aspecto platónico. No filme, acompanhamos a vida de Gabrielle, uma jovem francesa muito fulgorosa que tem tendência para se apaixonar como nos livros. Aliás, as suas duas paixões são por homens que lêem: o primeiro é um professor, que lhe oferece "Wuthering Heights", de Emily Brontë, como parte da sua educação, mas que ela confunde com uma declaração tácita de amor; o segundo, um tenente do exército francês, que lhe oferece um outro livro em cuja primeira folha se encontra inscrito o seu nome, André Sauvage, e morada.

Entre estas duas paixões, entra o marido, José, que foi convencido pela mãe de Gabrielle a se casar com ela, para poupar mais vergonhas à família. José é um homem simples e trabalhador, pedreiro de profissão, e que acha Gabrielle bela. Somos levados a crer que Gabrielle é bela fisicamente e é isso que agrada a José, até porque Gabrielle é interpretada por Marion Cotillard. Mas lá para o final do filme percebemos que há outra beleza que Gabrielle tem para José e que amar Gabrielle significa deixá-la ser como é, ser paciente, numa paciência que roça a humilhação. Talvez amar alguém signifique conhecer a pessoa melhor do que ela se conhece a si mesma.

Mais não conto para não vos estragar o filme, se decidirem ver. Aviso-vos já que o filme é lento e longo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

terça-feira, 24 de novembro de 2015

À tarde, em busca de Noites

Quando cozinho, costumo preparar muita comida. Talvez o suficiente para uma família de quatro, que era o tamanho da minha família portuguesa, com direito a um bocadinho de sobras. Como há sempre frigorífico e congelador, nunca reduzi as doses. Em vez disso, quando é mesmo muito, arranjo bocas para comer. Em Memphis, uma das senhoras que trabalhava na minha equipa já tinha mais de 60 anos, vivia sozinha, não gostava de cozinhar, e não se achava boa cozinheira. Regularmente, eu dava-lhe comida para ela variar o cardápio. Aqui em Houston, talvez uma vez por semana, em média, entrego umas duas ou três refeições à minha vizinha J. que tem 92 anos e vive sozinha.

Hoje, à hora do almoço, passei por casa dela para lhe entregar um pseudo-caldo verde, uma feijoada, e batatas assadas no forno com dois tipos de carne com que as servir. A feijoada devia ter sido entregue a semana passada, mas eu não orientei bem o meu horário de trabalho para estar em casa a horas decentes para ter tempo de a ir ver à noite. Acabei por congelar grande parte do que fiz e não a quis entregar assim. A J. disse-me hoje que gosta muito da comida que eu faço e perguntou-me quem é que me tinha ensinado a cozinhar. Foi a minha mãe, claro.

O primeiro prato que aprendi a cozinhar foi arroz branco. Parece ser fácil, mas frequentemente me esquecia de pôr sal ou não acertava na água, e ficava muito mal. Uma real porcaria era o que era, mas a minha mãe dizia que, na próxima, sairia melhor e ria-se divertida com os meus desastres. E lá foi indo até ficar bom. Depois ensinou-me a refogar, estufar, etc.

A minha mãe gostava muito de boa comida, sabia cozinhar muito bem, mas não gostava de cozinhar. Às vezes, via uma receita e chegava ao pé de mim e dizia, com uma voz muito cativante e uns risinhos envergonhados, que parecia ser tão bom, será que eu a conseguiria fazer... Era um belo engodo para quem gosta de desafios. Lá caía eu que nem uma pata choca nas artimanhas dela. Lembro-me de uma vez eu acabar a estufar um peru para a ceia de Natal que era tão grande e pesado que eu quase não conseguia levantar o tabuleiro.

Quando a J. me viu à porta, pediu-me para entrar e ficar um bocadinho. Dirigi-me à cozinha e sentámo-nos. Disse-me que estava a fazer a lista de filmes que queria ver, para encomendar no Netflix pelo computador. Depois explicou-me como ela seleccionava os filmes: lia a revista The New Yorker e via o que era mostrado em festivais de cinema. Disse-me que queria ver "Arabian Nights", mas não sabia se o Netflix teria.

Começou a contar a história do filme e mencionou que era de um tal Gomes e a acção tinha a ver com Portugal. Era "As Mil e Uma Noites" do Miguel Gomes. A J. questionava-se se o filme teria sido filmado em Portugal. E leu outra vez a The New Yorker, desta vez em voz alta para mim, ao mesmo tempo que me mostrava a revista. Concluiu que, de certeza absoluta, era. E notava-se que ficou encantada com a perspectiva de ver um filme filmado em Portugal.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

101

Hedy Lamarr, inventora e actriz que disse "Any girl can be glamorous. All you have to do is stand still and look stupid.", faria hoje 101 anos. Ela é a Google Doodle de hoje.

sábado, 17 de outubro de 2015

Homens bons...

Como podem imaginar, estas últimas duas semanas têm sido uma mistura de terror e excitação por causa das eleições portuguesas. Eu tenho uma grande fascinação por crises e gosto muito delas, mas aprecio-as mais quando eu sei que há alguém que tem visão para as aproveitar. Realmente, vê-se pessoas a tentar aproveitá-las, mas não para os fins que eu quero. Cheguei ao ponto em que estou farta. Estou farta de homens maus e preciso de me distrair com um punhado de homens bons.

Esta semana vi o filme "Vivir es Fácil con Los Ojos Cerrados", um filme espanhol com Javier Cámara como protagonista. O filme é muito engraçado e eu achei que este tipo, o tal Javier, é interessante.

Javier Cámara

Vá lá, não se choquem; para mim isto é um homem bom. Mas também é verdade que amanhã tenho de ir à caça de uns óculos para ler. Acho que voltou a ser época de usar óculos.

Estive a estudar o tipo de homens de que eu gosto e, na verdade, eu não tenho tipo nenhum: eles são louros, ruivos, morenos, altos, baixos, com cabelo, sem... É uma grande misturada, a única coisa que têm em comum é que estar ao pé deles é como chegar a casa.

Hoje apareceu o "Serendipity" no Netflix--isto é o que se chama um "chick flick" e eu pensei "Why not?!?" Não é nada de especial, mas tem o John Cusack e eu gosto dele. E também tem o Jeremy Piven e eu adoro-o. Se eu tivesse de fazer uma lista de homens bons, quem é que eu meteria? Esses dois, se eu me lembrasse.

John Cusack

Jeremy Piven

Algures na lista, de certeza que apareceria o Ryan Gosling porque eu vi-o em The Believer e nunca mais o esqueci--esse filme é um dos meus preferidos. E depois conhece o sistema decimal Dewey...

Ryan Gosling

O Alexander Skarsgård porque ele também gosta de livros. O que é que é mais sexy do que um homem que gosta de livros? Sim, um vampiro que gosta de livros! "Ring, ring, hooker...", como diria o Lafayette.

Alexander Skarsgård

E no topo, rodeado de morangos e cerejas, para se dar boas dentadas, eu meteria o Dave Mathews--é esse o lugar dele, apesar de ele achar que não.

If I were a king
If I had everything
If I had you
And I could give you your dreams
If I were giant-sized, on top of it all
Then tell me what in the world would I go on for?

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Hey Ryan...

A primeira vez que vi Ryan Gosling foi em 2001, no filme " The Believer." Nunca mais esqueci esse filme, nunca mais esqueci o rapaz. Esse é o meu filme preferido com ele; tudo o resto não me tocou tanto como este filme. O enredo é baseado numa história verídica. Aqui vai o filme--vale tanto a pena...

domingo, 1 de março de 2015

Que filme...

Aqui há uns meses, decidi que me ia inscrever no Netflix para não ficar totalmente à margem da cinematografia. Como não tenho leitor de DVDs, a não ser no computador, só vejo filmes digitais no iPad. Obviamente que sou preguiçosa, pois não custa muito arranjar um leitor de DVDs e ligar aquilo à TV, que eu ligo para aí duas vezes por ano. A app da Netflix no iPad não é nada de especial, é muito má até, e o catálogo de filmes é muito limitado. Por exemplo, não tem "The Dreamers" do Bertolucci, que é um dos meus filmes preferidos. Filmes de David Lynch não há, mas isso é por culpa dele.

Quando decido ver um filme, tenho sempre imensa dificuldade em encontrar alguma coisa que me agrade porque eu estou farta dos filmes de Hollywood. Normalmente vejo filmes estrangeiros ou independentes. A certa altura, o algoritmo do Netflix decidiu que eu gosto de filmes com muito sexo, especialmente lésbicos. A parte do sexo não me incomoda muito, se bem que se for um filme só de sexo pode limitar bastante o enredo, mas não percebo porque é que tem de ser filmes lésbicos. Porque é que não sugerem mais filmes com homossexualidade masculina ou filmes heterossexuais? Mas o que eu gostava mesmo era de filmes interessantes, com ou sem sexo. E nem há filmes portugueses para eu lá ver. Porque é que os nossos políticos quando mandaram emigrar as pessoas, não mandaram também alguém criar um serviço de vídeo na Internet para os portugueses no estrangeiro poderem consumir filmes portugueses? Ou será que há um e eu ainda não conheço?

A propósito de sexo, um dos meus filmes preferidos é "Sex, Lies, and Videotape". Gosto tanto que eu, quando estava em Portugal, às vezes, via-o muitas vezes, para aí uma por semana durante vários meses seguidos. A minha irmã até implicava comigo de eu só ver aquilo. Há outro filme que eu sou capaz de ver duas e três vezes seguidas e era o que eu fazia quando estava a tirar o doutoramento e ficava com a neura. É o "Legally Blonde", que até é um filme de Hollywood. Há uma cena neste filme que é o máximo: quando ela se veste de Playboy Bunny e vai à festa e se encontra com o ex-namorado. Quando a Elle diz "I'm never gonna be good enough for you, am I?" eu farto-me de rir. De repente, dá-se uma viragem total na moça e ela diz: "I'll show you how valuable Elle Woods can be!"

E é isso! Só nos falta aquele momento em que nós, com rabo de coelhinha(o) ou não--e estamos quase na Páscoa!--, decidimos demonstrar o quão valiosa(o)s somos...