quinta-feira, 3 de junho de 2021

Tempo

A minha ex-sobrinha mais velha vai casar-se no início de Julho e convidou-me para a cerimónia, em Oklahoma City. Conheci-a em 2000, no funeral do bisavô, durante o qual me disponibilizei a ajudar a tomar conta dela e da prima, mas ela fez uma birra qualquer e disse algo desagradável à mãe. Subiu-me a mostarda ao nariz e disse à criança, que devia ter uns 4 anos, que não se falava assim para a mãe. De repente, toda a gente levantou a cabeça e olhou para mim--bela impressão que dei quando conheci a família do meu futuro marido. 

É difícil imaginar, que houve uma altura em que passei tardes a fio a brincar com a sobrinhada, a ir a jogos de basketball, softball, festas de anos, Natal, fizemos bonecos de neve, pintámos livros de colorir, etc. Numa dessas tardes, a minha ex-sobrinha perguntou-me "Tu és muito boa a colorir livros, onde é que aprendeste?" Respondi-lhe: "Na universidade." Quando terminou o curso deixei-lhe uma mensagem a dizer que agora ela também era era exímia a colorir livros. 

Tudo isto parece uma outra vida tão distante da minha e, no entanto, eu estava lá. No ano passado, a minha ex-sogra disse-me que todos os Natais, tem de fazer scones de canela porque esta ex-sobrinha pede. Lembro-me bem de ir com o meu então-namorado tomar café à Aspen, que tinha uns scones de canela maravilhosos. Eu gostava tanto que, nos primórdios da Internet, numa altura em que os blogues de culinária ainda estavam para acontecer, decidi fazer uma busca e encontrei uma receita catita que dizia ser o segredo para dominar o mundo. Era quase Natal e, por sorte, encontrámos pepitas de canela para fazer doces, o que permitiu fazer os scones de canela para comer no dia de Natal. E assim começou uma tradição que já tem mais de 20 anos. 

   

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