Jerónimo de Sousa disse ontem não fazer ideia daquilo que o PS anda a negociar com o Bloco. As linhas principais do acordo do PCP com o PS não podem ser reveladas ao bom do povo, que eles tanto amam e que, por isso mesmo, não querem maçar com pormenores. Seria uma deselegância, diz Jerónimo. Os acordos são secretos e bilaterais. Garantem os comunistas um governo para quatro anos? Aprovam ao menos o orçamento para 2016? Tudo dependerá do PS, que basicamente terá de aplicar o programa do PCP para que tudo corra no melhor dos mundos. E são estas as garantias de estabilidade. Quando a coisa começar a dar para o torto, vamos assistir a um filme noir, cheio de vilões e traidores, nacionais e internacionais, com o objectivo diabólico de sabotar os “amanhãs que cantam”. A culpa será da Europa, da Merkel (é o diabo em pessoa), da NATO, do Estado islâmico, dos EUA, da ganância dos especuladores, dos bancos, dos comentadores, dos media em geral, dos ricos, da classe média reacionária, do PSD e CDS, do presidente da república, do pato Donald e, claro, dos irmãos Metralha, esses grandes bandidos.
Afinal esta gente é toda mentirosa. O BE e o PCP disseram que havia acordo e agora dizem que ainda estão a negociar. E, mais grave ainda, não há uma negociação para um acordo. Há duas negociações distintas e dois acordos, em que nenhum deles tem mais de 50% do voto popular. Enfim, somos tratados como idiotas.
ResponderEliminarO PCP nunca disse que havia um acordo.
EliminarCorrecto, o BE - pela própria Catarina Martins - disse isso. O PCP só falava de avanços positivos.
EliminarTens razão, foi o Bloco e o PS que disseram ou sugeriram, pelo menos (no caso do PS). Os comunistas são capazes de ser os mais sérios nesta história muito mal contada e cheia de secretismo e mistério.
EliminarI stand corrected--obrigada!
EliminarSendo certa a correcção sobre o PC, o facto é que no formalismo de uma audição dos partidos pelo Presidente da República, o PS e o BE forma dizer ao Presidente uma coisa que não era verdade.
ResponderEliminarA falta de respeito não é por Cavaco, a falta de respeito é pela instituição Presidente da República e pelas regras do jogo democrático.
Será assim tão estranha a reacção do Presidente da República que foi tratado como um totó?