Mas adiante. Motivos à parte, as futuras famílias manifestam uma clara preferência pelo casamento religioso. Por isso, eu proponho, por uma questão de eficiência, que se poupe no conservador e se passe para o padre as funções matrimoniais, deixando ao primeiro só o registo de nascimentos, óbitos e divórcios.
Um blogue de tip@s que percebem montes de Economia, Estatística, História, Filosofia, Cinema, Roupa Interior Feminina, Literatura, Laser Alexandrite, Religião, Pontes, Educação, Direito e Constituições. Numa palavra, holísticos.
sábado, 21 de maio de 2016
Vamos lá a isto, que a Bayer faz maravilhas
No dia 18 de Maio de 2004, assinou-se entre Portugal e a Santa Sé uma Concordata, cujo artigo 13.º "confere efeitos civis ao casamento religioso, não sendo necessária a celebração prévia de um casamento civil." Eu não sei como é convosco, mas no meu círculo de amigos e familiares, os casamentos têm ocorrido todos na igreja. Não é que eu viva rodeada de pessoas particularmente religiosas. Não. A maioria dos nubentes nem sabia dizer o Pai Nosso todo (bom a Igreja também não facilita a coisa, que é uma oração sem rima nenhuma e verbos conjugados na segunda pessoa do plural). E alguns não eram baptizados, foram tratar do assunto como condição prévia para o casamento religioso. É mais uma coisa estética. As fotografias com um altar de talha dourada em pano de fundo ficam muito melhor. E uma entrada ao som do Avé Maria parece um bocadinho desajustada fora de um ambiente eclesiático. Portanto, lá se casam na igreja e pela Igreja, compromentendo-se com uma série de coisas que não fazem a mínima intenção de cumprir.
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Caramba! E eu que casei num jardim, numa igreja não denominacional, perdi a oportunidade de ter Avé Marias e foto giras...
ResponderEliminarConcordo contigo, se é para cortar custos, vamos a isso. Decerto que os moços da Direita não se incomodarão com a necessidade de haver escolha: privatize-se os casamentos!
Não falo por experiência própria, mas tenho a ideia que não é necessário ir à Conservatória do Registo Civil (CRC) declarar/registar o casamento já realizado na igreja. O padre assume oficialmente as funções da Conservatória (para os casamentos religiosos por ele celebrados), por isso é que se vai à sacristia "assinar os papéis", e depois, para efeitos de manutenção dos registos oficiais para efeitos civis, transmite à CRC a realização do casamento. O corte de custos já está em efeito, se aquilo que escrevi acima está correcto (admito que não esteja).
ResponderEliminarJoão Luís, aquilo que escreveu está correcto. É igual ao que eu escrevi.
EliminarA Concordata pode ser apenas de 2004, mas o efeito civil do casamento religioso não nasceu com ela. Já vinha, penso, desde a Concordata de 1940. Esse artigo foi, portanto, apenas reiterado.
EliminarDe qualquer modo, acho extraordinário alguém ir-se baptizar só para poder casar na Igreja Católica - a não ser, claro, que seja a fé que o move. O mesmo se diga de quem, sendo baptizado, vá casar à Igreja Católica por motivos "estéticos" e não por motivos religiosos.
Não o interpretei dessa forma. Não vejo problema em o padre católico servir como AGENTE da CRC para os casamentos religiosos POR ELE CELEBRADOS. Já vejo problemas am querer exigir a esse padre o exercício de agente da CRC para casamentos religiosos de outras confissões, ou casamentos puramente civis, com o argumento de poupar custos. Se não estou em erro, o padre (ou a Igreja) não é específicamente pago por este exercício de agência, não há um paralelo com os contratos de associação para as escolas.
EliminarJoão Luís, eu sei que não tinha interpretado dessa forma, tinha interpretado mal. Mas se o padre nem é pago pelo Estado por este exercício, de facto não há paralelo com os contratos de associação: é muito melhor!
EliminarEm todo o caso, eu não pretendia um paralelismo total, bastava-me que fosse paralelo em certos troços. É que, às vezes, se atirarmos ao lado, as pessoas percebem melhor (embora depois possa ser difícil fazer-lhes ver o princípio, sobretudo quando não o querem ver...)
Sara acho que te esqueceste só de mencionar que bastante gente o faz não (só) pelo motivo estético, mas também para evitar discussões com familiares mais religiosos que eles. Eu pelo menos conheço várias pessoas desse clube.
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