Sujo o úmero e esdrúxulo como um ídolo, foi do cotovelo ao ombro e vai agora do ponto A ao ponto B no rectângulo de terra onde se afunda o esqueleto completo. Gostamos de figuras como rectângulos ou círculos e nelas arrumamos coisas pouco rectangulares e nada circulares como o úmero sujo e esdrúxulo e o completo esqueleto a que ainda pertence. Rectângulos e círculos são esdrúxulos também mas nunca sujos, ainda que haja sujidade no mundo das ideias e das coisas abstractas, porque também a sujidade é ideia e coisa abstracta antes ou depois de ser o que um úmero é quando está sujo. No úmero a sujidade é terra, são pedaços de folhas putrefactas, são insectos carnívoros e os dejectos dos insectos carnívoros, são pêlos e saliva de roedores, é lama se chove, pó, seco o tempo. No tempo e na terra a linha recta do úmero quebra, mói-se. Moem, a terra e o tempo, ao mesmo tempo sujam e abstraem, escarnecem a geometria, usurpam o espaço, o grande constrangedor.
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