Na verdade, apenas um benfiquista que sofreu os anos de Vale e Azevedo pode perceber o alcance do sofrimento que a resposta a esta pergunta inflige. A verdade é que eu podia dizer que era um jogador que em vez de pés tinha tijolos, tal a forma como a bola ressaltava quando lhes batia. Mas não é possível explicar a dimensão do desastre.
Se calhar, a melhor forma de perceber é ler um email que um dia recebi de um amigo a descrever quem era Pringle, jogador da mesma época e substancialmente melhor do que Michael Thomas. Aqui fica:
Era um rapaz sueco, que fora Comando militar e depois carteiro de profissão, antes de lhe terem lançado uma bola para os pés e ele nunca mais ter parado de tropeçar.Uma vez, no velho estádio da Luz, no 3º anel, estava aquela ave rara a aquecer, fazendo remates e cabeceamentos para a baliza na linha da pequena área quando falha de forma verdadeiramente inacreditável 5 ou 6 bolas. Na pequena área, repito, mas sem guarda-redes, que acho que ainda não tinha dito. Então levanta-se um tipo já enfrascado como o raio lá ao pé de mim e diz algo assim:
"Ah cabrão. Tivesse eu trazido a minha caçadeira e acabava-te já com o sofrimento."
Isto era no aquecimento.
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