Eu tive uma cadeira de Investigação Operacional na FEUC em 1994, na qual nos ensinaram a resolver problemas deste género. Já tivemos Primeiro-Ministros licenciados em engenharia e economia, logo julgo ter havido--e haver--competência técnica para pensar na gestão da saúde em termos de alocações eficientes dos recursos. E, com a moda do "big data", suspeito que, entre tanto desempregado português, deve haver uns poucos que são craques em SQL para gerir os dados e/ou GAMS para encontrar a solução óptima deste problema.
Apesar de tudo, folgo em saber que o Ministério da Saúde está aberto a soluções de cooperação entre o sector público e o sector privado.
Boa pergunta Rita.
ResponderEliminarEstranho parece, mas há tanta coisa estranha entre nós.
Por exemplo, como é que conseguiram tramar o Sócrates e os dos submarinos se safaram.
Deve ser por ele não conseguir imergir.
Mas tem de ver que inventar e operacionalizar o sistema das Finanças esgota muitos recursos.
Um dia se chegará à Saúde, e como diria Durão Barroso... só não sei quando.
Mas com os carros do sorteio, pelo menos esses sortudos poderão chegar aos hospitais com vagas muito mais depressa.
Roma e Pavia não se fizeram num dia.
Quando todos os portugueses tiverem um Audi do sorteio temos o problema resolvido.
Manuel Silva
Honestamente, não acho estranho. Os hospitais têm um grau relativamente elevado de autonomia, não são uma estrutura monolítica como o Ministério das Finanças. Uma das consequências é que os níveis de implantação dos sistemas de e-medicina são diferentes de hospital para hospital e os sistemas usados (especialmente a nível de software) são diferentes e tenho dúvidas que "falem" facilmente entre si.
ResponderEliminarO que o Ministério da Saúde deveria fazer (copianda dos Finanças) seria exigir a comunicação de dados (obrigando os hospitais a implementar os referidos sistemas) e estabelecer um protocolo para a mesma. Obviamente que isto obrigaria a financiamento aos hospitais e deveria ser extendido aos privados. O que me parece díficil (as duas coisas: o financiamente e os privados).
Penso que quase todos os hospitais usam o SONHO para gerir os doentes, internamentos, etc. e o RHV para gerir o pessoal (ainda que cada hospital tenha a sua própria base de dados e nalguns casos supostamente o mesmo programa a funcionar em hospitais diferentes calcule determinados indicadores usando fórmulas diferentes).
ResponderEliminarEu penso que o maior problema mesmo é que, enquanto os finanças apenas têm que saber "o que acontece", para os hospitais seria necessário cruz "o que acontece" com "o que deveria acontecer" (estilo "quantos dermatologistas são necessários no hospital X"), e não é muito fácil informatizar a definição de "o que deveria acontecer".
Pois, eu não estou muito por dentro do assunto (em especificidades) mas a última vez que ouvi alguém que estava era uma confusão das antigas (acima de tudo problemas de comunicação com muita coisa que devia se automatizada a ser introduzida "à mão").
EliminarQuanto ao que devia acontecer, não me parece boa ideia optimização dinâmica dos recursos. Todas as recolhas de dados devem servir para análises à posteriori ou decisões pontuais no imediato (i.e. tem um doente numa altura de crise, vai para o hospital "x" ou "y").
Como se calculam as necessidades de médicos, enfermeiros e camas necessárias?
ResponderEliminarE está disposto a ter um sistema que esteja sempre preparado para ser capaz de responder ao pico de procura? O que fazer aos profissionais no resto do tempo?
E se a verdade é que os picos de procura no SU estão sempre, mas mesmo sempre acima do que é suposto ser o normal... Tente procurar os tempos médios de espera por cor e valência...