Em Agosto de 2014, o Wall Street Jornal dizia que o preço do petróleo não mais iria ser menos de $100. Hoje sabemos que o WSJ escolheu o estudo errado para noticiar. Na primeira metade de Janeiro deste ano, o Principe Alwaleed bin Talal da Arábia Saudita disse que nunca mais o barril de petróleo iria valer $100. Com a morte do Rei Abdullah da Arábia Saudita, muita gente questiona se a estratégia de preço baixo do petróleo irá ser mantida. A resposta é clara agora: a OPEC está prestes a perder uma grande parte do seu mercado. Foi uma estratégia errada ter deixado os preços do petróleo tão altos durante a Grande Recessão, pois isto atrasou a retoma, mentalizou os consumidores para conservar energia, e aumentou a competitividade do investimento em produtos que usam energias alternativas. E claro, também foi uma prenda para quem queria investir em fontes alternativas de energia.
A Arábia Saudita é um dos países com menor custo de extracção de petróleo, logo pode suportar preços muito baixos e ainda assim fazer lucro. De acordo com a Energy Information Administration, o custo médio de extracção de um barril de petróleo no Médio Oriente é de menos de $20, nos EUA é de sensivelmente $35, na América do Sul um pouco mais de $25, e em África cerca de $45 (preços medidos em dólares americanos de 2009). A China tem recentemente andado muito interessada em África, logo não podemos descartar a hipótese de a China tentar investir em África para produzir petróleo a custos mais económicos. (Não é agora surpreendente que a China se tenha interessado em investir na EDP.) O preço de petróleo desceu abaixo de $50/barril, mas ainda está acima de $46--a estes preços já há muitos produtores aflitos, logo estamos a chegar a um ponto de maior incerteza, em termos de potencial de baixa de preços. Mas devemos estar cientes de que os Saudis finalmente aprenderam a lição de que a única maneira de prolongarem o negócio a longo prazo é sacrificarem o curto prazo.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não são permitidos comentários anónimos.