Acordámos hoje com as novas previsões do trajecto de Irma, o furacão que atravessa o Atlântico, que desceu de intensidade para categoria 4 e é do tamanho da França. Há esperança que Cuba não seja tão atingida, concentrando-se os estragos na parte nordeste da ilha. Relativamente aos EUA, presume-se que o centro da tempestade se afaste de Miami para oeste, entrando pelo Everglades National Park, a maior floresta subtropical da Florida, cujos pantânos absorverão parte do choque inicial da tempestade.
O centro da tempestade provavelmente subirá o meio da planície da Florida, atravessando depois o estado da Geórgia, primeiro como furacão de categoria 1 e depois como uma tempestade tropical, que passa ao lado de Atlanta, em direccão a Nashville, Tennessee. O novo trajecto coloca riscos às pessoas que decidiram evacuar, pois muita gente foi para cidades como Gainesville, Florida, que é quase equidistante do Golfo do México e do Atlântico e que agora deverá ser atingida pelo centro de Irma. Mas estando o centro da tempestade sobre terra, pode ser que enfraqueça mais rapidamente e reduza a intensidade da chuva e do vento.
A julgar pelos estragos que Irma já produziu por onde passou -- o centro da tempestade passou por Barbuda, que ficou completamente destruída; estima-se que 95% da Ilha de St. Martin tenha ficado destruída --, receia-se que também haja estragos avultados na Florida; no entanto, depende muito da densidade populacional dos sítios que atingir e há alguns parques naturais pantanosos que absorverão parte do impacto.
Ao contrário de Harvey, Irma representará mais perdas para as seguradoras, pois se os prédios forem danificadas por vento, os seguros normais cobrem esses custos; se forem danificados por inundações, é preciso ter seguro de inundação, o que requer que a zona esteja classificada como sujeita a inundações para se poder comprar esse tipo de seguro (a possibilidade de comprar seguro de inundação nos EUA existe porque é subsidiada pelo governo federal; o mercado privado de seguros não vende seguros de inundação sem intervenção do governo). Quase todas as casas têm seguro contra risco, mas é muito menos comum ter seguro de inundação.
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