"I am often asked: What if the only way you can secure funding is to cross your red lines and accept measures that you consider to be part of the problem, rather than of its solution? Faithful to the principle that I have no right to bluff, my answer is: The lines that we have presented as red will not be crossed. Otherwise, they would not be truly red, but merely a bluff. But what if this brings your people much pain? I am asked. Surely you must be bluffing. The problem with this line of argument is that it presumes, along with game theory, that we live in a tyranny of consequences. That there are no circumstances when we must do what is right not as a strategy but simply because it is ... right.", escreve Yannis Varoufakis, a 16 de Fevereiro de 2015, num artigo no New York Times.
Afinal, segundo o Ministro das Finanças grego, não foram os helénicos quem deu início às hostilidades do "chicken game" como eu disse. Estava enganada. Provavelmente induzida pelo seu currículo, deduzi que estávamos a assistir a um comportamento estratégico. Achei que era Teoria dos Jogos quando, afinal se tratava de... Filosofia! Faz sentido num Alemanha versus Grécia. Os Monty Phyton bem o perceberam. Curiosamente, Varoufakis invoca o imperativo categórico de Kant (embora também possamos considerar platónico o seu amor pela moeda única) para justificar a sua conduta. Imagino que os alemães façam exactamente o mesmo. Aliás, a forma como têm reagido a esta crise desde o seu começo resulta do seu fervor pela moral kantiana. Lembro-me de ter lido há uns bons tempos que a Alemanha se comportava como alguém que tem um incêndio à porta de casa, mas que se recusa a pegar no extintor ou chamar os bombeiros porque as labaredas começaram com uma fogueira mal apagada de um piquenique com que ela nada teve a ver. Talvez o Immanuel tivesse ido buscar baldes de água, mas não o vejo a dar cobertura ao governo de Tsipras.
Se os Monty Phyton bem entenderam que um confronto entre Alemanha e Grécia iria parecer-se com um duelo metafísico, melhor compreenderam que o desempate precisa do pragmatismo de um Arquimedes. No entanto, não parece estar um em campo, a avaliar pelas declarações à saída de mais uma reunião do Eurogrupo. E tudo o que temos tido tem-se assemelhado bastante a isto:
No outro dia, levei o Varoufakis para a cama. Meti um vídeo dele do YouTube no iPad e lá fomos nós os dois. Antes do final do discurso dele, adormeci porque ele tinha falado e nada do que ele disse me fez pensar; pelo contrário, relaxou-me. Não é normal eu conseguir adormecer assim; pelo contrário, quando as ideias me estimulam o meu cérebro fica muito excitado. E isto lembra-me um episódio que se passou com o meu ex-marido. Uma vez íamos no carro e estávamos a ouvir um álbum da Natalie Merchant, de quem ele e eu gostamos muito. Eu mencionei que gostava das letras das canções e ele responde "For all I care, she could be singing the phone book. I just like the sound of her voice."
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