Tendo em conta estas dificuldades, o Tom apresenta o gráfico abaixo, onde a linha branca representa a evolução do PIB grego e as bolas representam momentos críticos no PIB americano durante a Grande Depressão. Presumindo que ambos os PIBs eram iguais no início da crise, corresponde a 1929 para os EUA e a 2007 para a Grécia, ilustrado no gráfico pelo círculo azul situado mais à esquerda, podemos ver que a linha branca tem caído muito mais do que os círculos. O círculo vermelho indica o pior ponto dos EUA, que foi 1933, a partir do qual as coisas começaram a melhorar. Ou seja, ao fim de quatro anos maus, os EUA começaram a melhorar; a Grécia já vai no oitavo ano mau e sinais de melhoria nem em sonhos se encontram.
São significativos dois pontos:
- A semana passada toda a gente nos queria vender a ideia que Junho 22, segunda-feira, seria o dia D. Tudo se decidiria nesse dia. Hoje é sexta-feira, 26, e nada ainda foi decidido, mas parece que o dia D vai ser amanhã, que é Sábado--faz sentido, pois Sábado até tem um "d". Quantos dias D é que já houve nesta crise? Qual a credibilidade de anunciar mais dias D?
- O artigo do Tom Keene ilustra uma atitude diferente da europeia relativamente à Grécia: a maneira como ele enquadra a tragédia grega, comparando-a a um dos episódios que causaram mais sofrimento nos EUA, indica uma atitude de maior compaixão do que a que se vê nos media europeus.
O problema será mesmo de falta de compaixão? Não vejo muita gente a dizer que a situação grega seja qualquer coisa menos que trágica.
ResponderEliminarQuanto à metáfora do tóxico-dependente, se vier um à farmácia jurar a pés juntos que aquela é a última dose de codeína que vai precisar, que deve o farmacêutico fazer? Qual é afinal a solução que os americanos (e já agora a Rita) preconizam?
Lamentar o triste estado de coisas a que se chegou acho que todos lamentamos. Mas lamentar a tragédia e falar sobre a crise humanitária, coloca a questão ao um nível assistencialista, que (parece-me) nem os gregos desejam, nem ajuda a resolver a questão.
O foco de discórdia está no caminho que a Grécia deve seguir para ser mais próspera e dessa forma saldar as suas dívidas (ou no mínimo, não contraír novas dívidas).
Há uma solução óbvia para isto que não implique transferências permanentes para a Grécia?
O que é feito actualmente não é solução, apenas se empurra o problema para o futuro e se agrava a situação.
EliminarEu não pedi compaixão para a Grécia, apenas observei que era essa a forma como o Tom Keene decidiu enquadrar o que ele escreveu.
Quanto ao que eu preconizo, eu preconizo que se deixe de arrastar o problema e se resolva de uma vez por todas.
O problema é que um default grego provavelmente dispara os CDS do Deutsch Bank e temos um Lehman europeu. Aliás provavelmente um Lehman x 10. Não sei se existe propriamente uma solução que permita a resolução do problema de uma vez por todas....
EliminarTalvez a saída da Alemanha do euro...
O problema é que um default grego provavelmente dispara os CDS do Deutsch Bank e temos um Lehman europeu. Aliás provavelmente um Lehman x 10. Não sei se existe propriamente uma solução que permita a resolução do problema de uma vez por todas....
EliminarTalvez a saída da Alemanha do euro...
Arrastar o problema não é solução, mas se as duas partes não concordam de todo com na solução, e não querem uma ruptura que mais resta? O já famoso "we agreed to disagree, ou nem isso", de Varoufakis e Schaüble?
EliminarFicou um "ultimato" que vai a referendo, um PM que o recusa mas governa se for aceite pelo povo. Era natural que todos quisessem evitar este triste desenlace.