Um blogue de tip@s que percebem montes de Economia, Estatística, História, Filosofia, Cinema, Roupa Interior Feminina, Literatura, Laser Alexandrite, Religião, Pontes, Educação, Direito e Constituições. Numa palavra, holísticos.
sábado, 30 de abril de 2016
"O Povo Vulgar"
Em Freital, uma pequena cidade com 40.000 habitantes, à distância de dez minutos de comboio de Dresden, há movimentos anti-refugiados muito fortes. Um deles, inspirado no Pegida, chama-se "Frigida". Apesar de ser uma situação extremamente séria, sempre que deparo com este nome não consigo evitar uma gargalhada.
Os movimentos anti-refugiados têm-se revelado um importante ponto de encontro e de fortalecimento de redes da direita radical: de Frigida (lê-se: frriguída) para piquetes de protecção civil e para um grupo terrorista que foi alvo de uma razia na semana passada levando à prisão de cinco dos seus membros - quatro homens e uma mulher.
O jornalista Sebastian Leber foi a Freital, e publicou um longo relato no diário berlinense Tagesspiegel, de que traduzo algumas partes e sintetizo outras.
sexta-feira, 29 de abril de 2016
Avista-se igualdade...
"Colin Lokey, also known as "Tyler Durden," is breaking the first rule of Fight Club: You do not talk about Fight Club. He’s also breaking the second rule of Fight Club. (See the first rule.)Homens a ter cat fights na Bloomberg: yes, please! Agora só falta despirem-se e terem uma luta de selfies nus no Instagram para a minha felicidade ficar completa...After more than a year writing for the financial website Zero Hedge under the nom de doom of the cult classic’s anarchic hero, Lokey’s going public. In doing so, he’s answering a question that has bedeviled Wall Street since the site sprang up seven years ago: Just who is Tyler Durden, anyway?
The answer, it turns out, is three people. Following an acrimonious departure this month, in which two-thirds of the trio traded allegations of hypocrisy and mental instability, Lokey, 32, decided to unmask himself and his fellow Durdens."
Fonte: Bloomberg
Coincidências lusas
Estudantes sírios
Quando voltei, encontrei uma dúzia de rapazes e raparigas muito sossegados a fazer um jogo e a contar histórias, com música cubana a arredondar a cena.
Comi os restos da comida deles, e deixei-os em paz. Bem sei que tenho por aí muitos leitores cuscos mortinhos por saber como foi, e como são os "refugiados sírios", e tal, mas preferi deixá-los ser o que são: amigos dos meus filhos que vieram jantar com eles.
quinta-feira, 28 de abril de 2016
História gótica
Critérios de avaliação do governo PS
Sabemos de antemão que o foco deste governo era desacelerar a amortização da dívida, de forma a que a economia não sofresse tanto e isto iria permitir um crescimento da economia superior ao que era planeado pela PàF. A implicação lógica é que o crescimento adicional seria financiado por dívida: ficaríamos mais endividados durante mais tempo, mas cresceríamos mais. Uma medida de sucesso do governo PS é, então, uma taxa de crescimento do PIB superior à que a PàF obteve em 2015, ou seja, 1,5%, e uma dívida pública, medida em percentagem do PIB, que terá de ser igual ou inferior à que se obteve em 2015, 129%, pois isto significaria que o governo teria uma alocação de recursos que resultaria num retorno superior a apenas amortizar a dívida, como preferia a PàF.
O PS tem apenas de melhorar a actuação do PSD/CDS de 2015, não é necessário que tenha os resultados que a PàF previu, pois essas previsões estão erradas. Todas as previsões dos governos portugueses são erradas e o erro é sempre da mesma natureza: demasiado optimismo. Seria injusto exigir que o PS tivesse de ter uma actuação que sabemos a priori que a PàF não teria. Mas, para além das medidas mencionadas acima, há outros critérios de sucesso que podemos, e devemos, usar para avaliar o PS e estes têm a ver com o tamanho do erro das previsões e informam também da competência e das boas intenções do governo.
Antes de prosseguir, é necessário um enquadramento histórico e alguma informação de suporte para quem não está familiarizado com modelos económicos e análise de dados. Uma das premissas quando se produz previsões quantitativas é de que os dados do passado contêm informação que é relevante para o futuro. Os dados contêm dois tipos de informação: uma componente aleatória que é impossível de prever -- esta componente é o erro -- e uma componente com poder explicativo (não é aleatória). Quando um modelo é mal construído, parte da componente com poder explicativo fica nos erros e estes não são completamente aleatórios (não vou distinguir entre erro e resíduo para não confundir as pessoas, quero apenas que compreendam a intuição do que nós fazemos quando analisamos dados). O objectivo de alguém que produz previsões é extrair o máximo de informação com poder explicativo dos dados e reduzir o erro. Há várias técnicas para o fazer e associadas a elas estão boas práticas que garantem que o analista não contamina a análise com os seus preconceitos.
Em 2011, a economia portuguesa entrou em colapso, que resultou no acordo com a Troika. Os credores exigiram que o governo levasse a cabo uma mudança de estratégia, mais focada no mercado externo e menos dependente do consumo e gastos públicos financiados a dívida. A crise da dívida pública também afectou a confiança dos agentes económicos, especialmente dos consumidores. Apesar do impacto negativo, houve uma redução das importações o que contribuiu para um melhor saldo da balança comercial, que afecta positivamente o PIB. O maior foco em exportações também produziu resultados, mas mais lentamente porque demora mais tempo a conseguir penetrar no mercado externo. Os efeitos positivos da estratégia do governo PSD/CDS não ocorreram imediatamente.
Quando acontece um choque grave na economia, como o que aconteceu em Portugal em 2011, surgem vários problemas pois é muito raro ter bons dados -- eventos deste tipo ocorrem na cauda da distribuição probabilística, o que quer dizer que são eventos com um impacto grande, mas com uma probabilidade baixa de acontecerem: são raros. Já não havia uma intervenção do FMI desde a década de 80 e, nessa altura, havia moeda própria, controlava-se a própria política monetária, e não se estava sujeito a uma união monetária, etc., logo 2011 foi completamente inovador em termos de choque.
É normal que os agentes económicos mudem o seu comportamento quando reagem a choques, o que pode invalidar as previsões de modelos baseados em dados passados. Se o choque é temporário e não tem um efeito persistente na economia, eventualmente os agentes revertem a comportamentos do passado, e o efeito desse choque nas previsões é um erro maior; se o choque produz efeitos permanentes, diz-se que há uma mudança estrutural no comportamento dos agentes e os modelos anteriores ficam obsoletos e têm de ser ajustados -- quer dizer que, nesse caso, o erro para além de ser maior, passa a conter alguma informação com poder explicativo que tem de ser extraída. Aqui vale a pena referir a crítica de Robert Lucas, que defende que os modelos econométricos ficam obsoletos sempre que há uma mudança de política económica na economia.
As previsões feitas pelo governo PSD/CDS foram extremamente optimistas, mas como a economia portuguesa nunca tinha tido um choque daqueles, nem seguido uma estratégia como a imposta pela Troika desde a entrada no euro, havia pouca informação para ancorar as previsões -- os erros do PSD/CDS ocorreram porque não havia informação nos dados e porque, como todos os governos, são demasiado optimistas. A capacidade de produzir boas previsões estava completamente comprometida e seria de esperar que os erros desse governo fossem bastante grandes, até porque no início descobriu-se que a própria integridade dos dados era duvidosa pois havia muita informação relevante que tinha sido escondida através de contabilidade nacional criativa. Entretanto, os dados foram corrigidos.
Mas pensemos no que acontece aos dados à medida que a economia recuperou deste choque anormal: os dados começaram a reflectir o comportamento da economia na cauda da distribuição, ou seja, há mais informação com poder explicativo nos dados e é mais fácil fazer previsões porque temos uma amostra mais rica. O comportamento das pessoas também normalizou e já não estão em estado de choque. E há outra razão pela qual é mais fácil fazer previsões: quando o PS formou governo e delineou a sua política económica, deu prioridade a anular as mudanças feitas pelo governo PSD/CDS e a regressar à economia que existia antes da Troika. Essa economia está representada nos dados, ou seja, o governo PS não está a trabalhar com choques inovadores, logo tem obrigação de fazer previsões que tenham erros comparativamente mais pequenos do que os erros das previsões do governo PSD/CDS.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Como ser pobre
No primeiro mês que esteve sob o Santander, o Banif contribuiu para os resultados do banco €283 milhões; no primeiro trimestre de 2016, a compra do Banif permitiu que o Santander mais do que duplicasse os seus lucros face ao mesmo período de 2015. Sem dúvida que parte deste resultado se deve ao tal empréstimo do Santander ao governo: €1766 milhões, a 10 anos, a uma taxa de 3,3%.
Os contribuintes, entretanto, acumulam perdas. Só em juros, aquele empréstimo do Santander ao estado custa-nos pelo menos €4,8 milhões/mês desde Dezembro, ou seja, até Março de 2016, já pagámos ao Santander cerca de €19 milhões. Se o lucro do Santander foi de €121 milhões no primeiro trimestre de 2016, então mais de 10% desse lucro (cerca de €14,4 milhões) corresponde aos juros pagos pelos contribuintes portugueses só por esse empréstimo.
Pequenos milagres
Continuo a ler "O Amor Louco" de André Breton: a tradução em inglês, mas comprei a versão original e talvez tente ler outra vez. É um ciclo vicioso: o meu francês é limitado e frustra-me imenso, mas ao não ler em francês desisto da oportunidade de melhorar. Ontem, enquanto lia na cama, apareceu uma frase e fiquei encalhada nela, não consegui continuar, li-a e reli-a vezes sem conta até apagar a luz e decidir adormecer. Era esta:
"To love, to find once more the lost grace of the first moment when one is in love..."
Mas esta não é a única. Já antes fiquei encalhada noutra:
"Love is when you meet someone who tells you something new about yourself."
E esta aqui?
"People despair of love stupidly – I have despaired of it myself — they live in servitude to this idea that love is always behind them, never before them: bygone years, lies about forgetting after twenty years. They can bear to admit – and force themselves to – that love is not for them, with its procession of clarities, with this look it casts upon the world from all the eyes of diviners. They are limping with fallacious memories, for which they even invent the origin of an immemorial fall, so as not to find themselves too guilty. And yet for each, the promise of each coming hour contains life’s whole life secret, perhaps about to be revealed one day, possibly in another being."
A promessa que cada hora pode conter em si o próprio milagre... Num dos primeiros passeios que fiz com os meus cães em Houston, estava um bocadinho ausente. Houston não é uma cidade fácil porque há uma grande variância de vidas e para mim foi difícil habituar-me que, no mesmo dia, podia falar com uma pessoa que vive numa das zonas mais ricas da cidade -- e do país -- e com outra pessoa que me fala da viagem que fez para imigrar ilegalmente para os EUA e dos seus encontros com a morte.
Sofri uma pequena depressão no início, mas houve essa caminhada, nesse dia, em que o Alfred me puxou e saí do passeio e quase que bati com a cara numa árvore. Era uma nespereira e eu já não via nespereiras há mais de 15 anos, nem sequer se encontram nêsperas nos supermercados aqui. E essa nespereira fez-me tão feliz que a partir daí comecei a prestar atenção às ervas daninhas. A vegetação daqui tem algumas coisas parecidas com a de Portugal e eu tenho saudades. E Houston tornou-se suportável e até agradável a partir daí...
O golfinho e o escorpião
É turco...
100 anos
Li "Loucura" há uns meses: é um livro pequenino, que não custa nada trazer na carteira. Levei-o para o Starbucks, pedi um café, e comecei a ler. Nunca, mas nunca, um livro me "raptou" em tão pouco tempo. Senti ansiedade ao virar as páginas, por vezes tinha um sorriso tonto na cara, outras vezes quase que parava de respirar e pensava "E agora, e agora?" Ao fim de duas horas, que foi quanto levei a lê-lo, senti-me completamente tomada por ele e tive uma imensa pena de que o seu autor tivesse morrido tão cedo. Talvez uma morte antes do tempo seja o preço que os génios criativos tenham de pagar pela sua genialidade, o que é uma imensa perda para nós.
É uma pena que o Público ache que a "Limonada" da Beyoncé é mais importante do que Mário de Sá-Carneiro. Daqui a 100 anos, a "Limonada" não irá ser falada; já Sá-Carneiro estará com certeza na Comunicação Social ainda. Seria bom que os portugueses que estão em Portugal o lessem.
terça-feira, 26 de abril de 2016
Tudo a postos
Shylock e a origem da má reputação dos credores
26 de Abril
25 de Abril: a cor dos óculos
Mais uma causa fracturante: casas de banho unissexo
(em versão sintetizada e traduzida à pressa, como de costume, com links para artigos em alemão e, na parte relativa ao risco de suicídio, em inglês)
Segundo uma nova lei, no North Carolina as pessoas são obrigadas a usar a casa de banho pública correspondente ao sexo que consta na sua certidão de nascimento. Para os transexuais, isso significa que, mesmo vivendo há anos ou décadas como mulher, se deve usar a casa de banho dos homens - e vice-versa. E aceitar sujeitar-se ao sentimento de desconforto, aos insultos, às agressões físicas ou à expulsão desse local, que é o que costuma acontecer nesses casos. A alternativa é ir aguentando até encontrar uma casa de banho privada.
As casas de banho públicas são o exemplo preferido para mostrar como tudo fica incrivelmente complicado quando se trata de acomodar os interesses de todas as minorias trans-, inter- ou qualquer coisa com gender queer: essa gente é tão complicada, não é? Até nas casas de banho nos complicam a vida.
No entanto, há muito que frequentamos casas de banho públicas unissexo nos aviões e nos comboios, e nem reparamos.
25 de Abril: a serventia da liberdade
Lola
segunda-feira, 25 de abril de 2016
Pronta
Durante estas semanas todas tenho andado de volta dos cravos, a regar, a retirar as flores envelhecidas, a cortar os caules que já não iam produzir botões, tudo para maximizar a longevidade da produção de flores. Funcionou: tenho um cravo para hoje, que era o meu objectivo. Estou pronta para a Revolução.
Liberdade
Um dia estranho...
domingo, 24 de abril de 2016
Anotherfriendholenyohead
"Fechamento" dos EUA
Os presságios negros continuam a fazer fila à nossa porta, são de várias espécies e geografias, muitos estão nas fronteiras europeias ou mesmo dentro das cidades europeias, mas continuo a pensar que o pior presságio está no fechamento da mente americana. Sem uma América vital não há Ocidente, sem Ocidente não há ordem internacional.A crescente erosão da sociedade americana torna qualquer outro problema num pormenor, porque Washington é de facto a nossa Roma. E, se não se importam, não quero assistir à queda do império ocidental, não quero viver a desordem apocalíptica que acompanha o fim de uma Era.
Fonte: Henrique Raposo no Expresso
sábado, 23 de abril de 2016
Publicidade educativa
E a cereja no topo do bolo é que me enviou $10 para eu ir comprar cuecas e soutiens. Ah bom, como resistir a tanta generosidade? Impossível! Adoro gajas boas que me dão dinheiro para lingerie...
A Educação de Rita
(O correio estragou a maquilhagem...)
Fui ao céu e segui os conselhos da Sara
(Infelizmente, não havia cuecas coloridas.
Terei de voltar. Que chatice!)
Quem tramou Mário Centeno? Não foi a Google.
Abril
"You say you want a leader,
but you can't seem to make up your mind.
I think you'd better close it,
And let me guide you to the purple rain..."
Now you know...
sexta-feira, 22 de abril de 2016
Beginners...
Biscoitos
Acho que o melhor professor para se ser feliz é um cão: basta fazer-lhe uma festa, dizer uma tontice tipo "Queres um biscoito?" seguido de "Não rouba o biscoito ao mano!", como eu tenho de constantemente dizer ao Chopper, e o cão fica feliz. A felicidade é estar no momento presente e pensar que, se calhar, no momento a seguir comeremos um biscoito e basta isso para que tudo pareça melhor.
História gótica
O PSD
A de Afronta
"Em primeiro lugar, o PE explicita, pela primeira vez, que existe aquilo a que, no Governo, é chamado de "plano de contingência", mas que só será aplicado em caso de necessidade "extrema".Ontem, Mário Centeno tornou a dizer que não há qualquer plano B e que não leva quaisquer medidas para mostrar em Bruxelas.
De facto, não leva medidas concretas, afirma que o único plano é o do "compromisso" com as metas e o Pacto, e com "uma execução orçamental rigorosa", repetiu Centeno. Mas leva um manifesto de vontade com um valor à cabeça.
Segundo apurou o JN/Dinheiro Vivo, o tal plano de contingência tem por enquanto uma "dimensão política". Serve para debater com os ministros das Finanças do Eurogrupo, com a Comissão, com os credores, para mostrar e convencer a DBRS (agência de rating), mas em termos práticos ele assenta já e muito no uso das cativações. São as verbas que fazem parte da despesa, mas que só serão libertadas para os serviços se o ministro o entender.
Fonte: Jornal de Notícias
Continuamos o nosso exercício de exploração de termos linguísticos para idiotas. Desta vez, o Dr. Mário Centeno, o nosso ilustre Ministro das Finanças, diz-nos que há um plano de contingência, mas não há plano B. E o tal plano é meramente "político", serve essencialmente para convencer, mas não há intenção de que seja implementado. Haverá uma execução do Orçamento (plano A) rigorosa que fará o tal plano de contingência, que não é plano B, desnecessário. Não é este o governo que disse que não se vergaria a Bruxelas no Orçamento? Depois vergou-se.
Vamos ao que interessa: probabilidade da execução orçamental ser rigorosa = 0%. Será que o plano A dos nossos governantes é o plano da afronta?
História gótica
40. De cidade em cidade, o Príncipe Egon Gustav von Tepes frequentava as melhores casas e escolhia os melhores candidatos.
Ensino público e contratos de associação
Princeland
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Morreu um sonho
Until the end of time
I'll be there for you
You own my heart and mind
I truly adore youPrince, "Adore" do álbum "Sign o' the Times"
História Gótica
Vou dar-vos o arroz...
Perceberam?
"The Dunning-Kruger effect, named after David Dunning and Justin Kruger of Cornell University, occurs where people fail to adequately assess their level of competence — or specifically, their incompetence — at a task and thus consider themselves much more competent than everyone else. This lack of awareness is attributed to their lower level of competence robbing them of the ability to critically analyse their performance, leading to a significant overestimate of themselves.
In simple words it's "people who are too stupid to know how stupid they are".
The inverse also applies: competent people tend to underestimate their ability compared to others; this is known as impostor syndrome.
Fonte: Wikipedia
quarta-feira, 20 de abril de 2016
Homens incompetentes
"Para o BE, o aumento do IVA nos bens não essenciais não beliscaria a cláusula de salvaguarda que negociou com o Governo aquando da viabilização do programa de Governo. O BE deixou claro que são intocáveis os salários, pensões, impostos sobre o trabalho e IVA nos bens essenciais. “Outras medidas serão debatidas entre as duas partes”, afirma ao Expresso fonte do BE."Fonte: Expresso, 19-4-2016
"IVA a 25% segura salários e pensões. António Costa enfrenta Bruxelas e adia austeridade."
Fonte: Correio da Manhã, 20-4-2016
Caros portugueses e PORTUGUESAS (talvez assim as queridas do BE compreendam), quando o governo subir o IVA e vocês não tiverem salário suficiente para comprar tanto como antes, lembrem-se: não é austeridade. Quando a economia não crescer e o desemprego não baixar, lembrem-se: não é austeridade. Quando o dinheiro das vossas pensões for gasto para subsidiar o sector da construção civil, lembrem-se: não é austeridade. É apenas o plano de distribuição de riqueza pelos amigos do PS.
E já agora, o sector da construção civil, que não ata nem desata, mas que se imiscui com a banca e o estado, é a prova de que a responsabilidade da má gestão do país é de HOMENS. É a incompetência masculina que destrói os recursos da República.
P.S. Recomendo a leitura da crónica do LA-C no Observador...
Houstonians help each other
A ABC 13, um canal local, tem divulgado não só informação acerca de como nos mantermos seguros, mas também acerca das vítimas e da generosidade de estranhos e família. O cabeçalho da página de Facebook da ABC 13 foi mudado para uma colagem de fotos com a mensagem "Houstoninans help each other". E é isso, acima de tudo, temos de nos ajudar uns aos outros.
Políticas de pena
Portugal tem a máquina fiscal mais tecnologicamente avançada do mundo, onde o cruzamento de dados e a publicação de informação dos contribuintes na Internet servem para extrair o máximo em impostos. A Autoridade Tributária começou a fazer visitas surpresa a empresas, dizendo que estas devem mais impostos do que declaram, obrigam os empresários a pagar, e estes têm de contratar advogados e contabilistas mais sofisticados para se poder defender e reaver o seu dinheiro contra a máquina do estado. Entretanto, o estado recebe financiamento temporário. Eu, que estou do outro lado do Atlântico, tomo conhecimento de casos destes em primeira mão, pois conheço pessoas nesta situação. Seria muito improvável que isto acontecesse se estes casos fossem únicos, logo suspeito que são casos comuns.
Não consigo ver uma ponta de boa-intenção nas declarações de Catarina Martins porque o Bloco de Esquerda apoia este governo, teve oportunidade de participar nele, e recusou-se a fazê-lo. Agora fala como se o Bloco tivesse a solução, mas não fosse parte dela. E depois há o "voto de ignorância" que os políticos parecem fazer. Querem nos dizer que a mesma tecnologia que serve para espiar os portugueses e extrair deles impostos não pode ser usada para apanhar empresas e "associações de voluntários" sem escrúpulos que os exploram? A tecnologia não tem partidos, nem causas, dá para tudo.
Conheço pessoas que, quando lhes ofereceram emprego, lhes perguntaram se queriam com ou sem contrato: sem contrato ficariam com o dinheiro dos impostos, mas sem as protecções do estado; com o contrato ficariam as protecções do estado, mas sem o dinheiro de impostos. E muita gente prefere o dinheiro à proteção do estado e depois fica sem nada porque os empresários mentem e pagam menos sem contrato. Será que não dá para usar análise de dados para apanhar empresas prevaricadoras? Dá, mas o governo não quer, porque para os políticos poderem andar por aí a caçar votos a dizer que têm pena dos portugueses explorados é preciso que estes existam.
História Gótica
Há dez anos...
terça-feira, 19 de abril de 2016
Yield
O quê?
Floricultura 17
17. Não é todos os dias que nos entra porta dentro um indivíduo atarracado e musculoso, vestindo um fato-macaco e com as mãos sujas de óleo.
Civismo
Quando andava na Universidade em Coimbra, vi uma vez um estudante internacional numa cabine telefónica com a mala ao pé a tentar arranjar um quarto. Quando eu vim para os EUA estava tudo tratado para os estudantes internacionais; parte das coisas foram feitas pelos gabinetes onde as pessoas são pagas, como reservar quarto numa residência, mas outras coisas era coordenadas entre o gabinete e voluntários: motoristas (pagos ou não) com voluntários iam buscar os estudantes ao aeroporto; no aeroporto, a senhora que estava na recepção era uma velhinha voluntária muito simpática que tinha os contactos da universidade, caso algum aluno se perdesse; nas residências, os estudantes organizavam actividades para receber os alunos novos e havia voluntários que nos levavam pelo campus e mostravam onde eram as nossas salas de aula, a biblioteca, a livraria, as cantinas, etc. Alguns fins-de-semana depois, pessoas da comunidade adoptavam um estudante internacional durante um Sábado e mostravam-lhe como era viver um dia tipicamente americano.
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Stalking
A/C Bombeiros Voluntários
P.S. Mistérios de Portugal: como é que Catarina Martins foi admitida a um programa de doutoramento e é porta-voz de um partido?
A Cidadania Medíocre
Venho ao blogue, e vejo que dizem que tenho discurso fascista e que devia era ficar pela América e votar no Trump. A sério, pessoas? Gostaria que me explicassem que merda vai na vossa cabeça. Que necessidade há de estar sempre a insultar emigrantes só porque a) são emigrantes, e b) têm um discurso diferente do vosso? Isto ao mesmo tempo que, no Portugal à beira-mar plantado, exultam Fernando Pessoa e Camões -- é meus caros, eles também foram emigrantes. Até Eça de Queirós foi emigrante. Quem vive fora de Portugal por uns tempos é emigrante. Aprendam a viver com isso porque é normal. Bem-vindos ao século XXI, mas nós já somos uma nação de emigrantes há mais de 500 anos. Aprendam história e pensem nas implicações do que aprendem. Pensem, pensem, pensem! Deixem de ser umas esponjas de informação já preparada e de má qualidade porque, se têm cabeça, é para pensar.
Vivi quase toda a minha vida de adulta nos EUA e nunca, mas nunca, ouvi um americano dizer a outro para não voltar aos EUA ou para sair do país porque não gostava do discurso dele. Quando os americanos sabem que outro americano viveu fora, a reacção normal é uma de admiração e curiosidade, perguntam se a pessoa gostou, se é muito diferente dos EUA, etc. Em Portugal, há sempre alguém que acha que por nós sairmos de Portugal não merecemos regressar. E vocês, que ficam e gostam de malhar nos emigrantes, merecem usar as poupanças dos emigrantes? Merecem que nós nos esforcemos para dar uma boa impressão do país ao mundo, enquanto o país é governado por pessoas que se orgulham de dar a pior impressão possível?
O Bloco de Esquerda terá o meu apoio se propuser ao Parlamento a criação de um Cartão de Cidadania Medíocre especialmente para vós, os iluminados da Santa Terrinha.
domingo, 17 de abril de 2016
Clueless
- António Costa é completamente "clueless"! Não tem noção da dimensão dos problemas do país.
- É irresponsável, só assim se justifica gastar dinheiro mal gasto, que o país não tem.
- A minha impressão inicial confirma-se: quis ser PM porque queria o poder e o "prestígio" do cargo no seu CV. Ele não quer saber de Portugal, quer saber dos privilégios que pode obter enquanto Primeiro Ministro.
Não sei bem o que pensar. Como é que depois de quase chegarmos à bancarrota e de termos posto tanto esforço e sacrifício para sair daquela situação, nos encontramos outra vez no mesmo percurso e as pessoas não saem à rua a manifestar o seu desagrado. Não consigo perceber; se calhar, também sou "clueless"...
Os islandeses forçaram um Primeiro-Ministro a demitir-se só porque tinha contas off-shore, isto depois de terem julgado o PM que estava no poder quando chegaram à bancarrota. Em Portugal, ainda estamos à espera de José Sócrates ser julgado, mas não será julgado por ter arruinado o país. E agora assistimos passivamente a António Costa conduzir o país à ruína outra vez. Será que fizemos algum voto de estupidez?
Crepúsculo
Então, para além da choradeira, fiz a cobertura do Brasil para a chefinha ainda antes de sair da cama, fui comprar vasos e plantas, andei na jardinagem, e ajudei o meu aluno de mestrado em Portugal com a sua dissertação. (Pois é, tenho um aluno de mestrado -- eu vou a todas. Um amigo meu disse-me uma vez que eu até canso porque jogo em todas as posições do campo. You only live once, darlings...)
sábado, 16 de abril de 2016
Sábado. Maravilha.
São onze e meia da manhã, acabámos de tomar o pequeno-almoço devagarinho, estamos por aqui em pijama, há bocadinho vi de relance um cão em saltos alegres nos confins da rua, e era o nosso cão. O rapaz está agora a estudar uma valsa de Chopin ao piano.
Sábado. Maravilha.
C U
Cerâmicaporn
Obrigada ao Observador
No entanto, gostaria de dizer que tenho estado a acompanhar a situação de perto e leio a imprensa de vários países para tentar minimizar o enviesamento das notícias. Hoje, o Explicador do Observador deu-me uma ajuda tremenda, pois tem uma cobertura detalhada do processo legal que decorre no Brasil e das intenções reveladas pelos diversos protagonistas políticos. Por isso, envio um grande obrigada a toda a equipa do Observador.
Quanto a mim, perceberam qual é a minha vantagem comparativa na área onde trabalho? Para além de saber massacrar os números, falo português e espanhol. O espanhol não é excelente -- leio melhor do que escrevo e falo; mas, no outro dia, quando fui ao supermercado latino, o moço que estava no talho pensava que eu era mexicana e eu fiquei toda contente.
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Uma heresia moderna
Ivy Lee é geralmente considerado o pai das relações públicas. De forma planeada, deliberada e sistemática levou a que a imagem de Rockefeller passasse a ser a de um contribuinte generoso, que criava milhares de empregos e a de um mecenas com uma função social relevante na sociedade.