segunda-feira, 18 de julho de 2016

Quase a morrer...

A Helena partilhou no Facebook a crónica de Ricardo Araújo Pereira, na edição especial da Revista Visão, acerca da vitória de Portugal no Euro 2016, onde o RAP cita um poema. Quando comecei a ler, passei-me! Já é mau o RAP ter um vocabulário que me faz ter fantasias criminosas -- a sério que achavam que eu citava Hannibal Lector no meu perfil só por divertimento? Não, não... "And how do we begin to covet, Clarice? Do we seek out things to covet? Make an effort to answer now."

What does Rita covet? Vocabulário! Sou completamente obcecada por vocabulário e, quando encontro pessoas com bom vocabulário, passo-me dos carretos e tenho uma micro-depressão. Quem disse que os diamantes eram os melhores amigos de uma rapariga enganou-se. Ou então, não sou rapariga, o que é bem provável; sou uma coisa híbrida, que ninguém compreende. Mas isso não me incomoda porque emigrei -- quer dizer, expatriei-me --, e o pessoal daqui compreende-me melhor.

Então começo a ler o poema e vejo que é do Jorge de Sousa Braga e penso na injustiça do mundo: o RAP não tem só um vocabulário melhor do que o meu, mas conhece melhor os autores portugueses (e não só), e até tem bom gosto quando os cita. Posto isto, acho que me vou dedicar à criação de sapos. Preciso de uma coisa que não me deprima completamente, senão morro de inveja...

7 comentários:

  1. Respostas
    1. Ah, uma das minhas grandes virtudes é estar sempre insatisfeita. Ou ser excessivamente ambiciosa, como diria a minha mãe.

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  2. Deixa estar, Rita, que o RAP não percebe nada de estimativas de milho e soja!

    (Sabes qual é o problema desta vida na internet? É que estamos cercados - enfim, os que têm a sorte de saber escolher quem frequentam - de pessoas com contributos extraordinários, cada uma na sua área. A minha normalidade, que eu bem me conheço, cercada pelo melhor de cada um dos outros. Não há ego que aguente: seja qual for o tema que eu escolha, há alguém na internet capaz de discorrer sobre ele muito melhor que eu.)

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    1. Mais uma coisinha: conheço pessoas que se mexem na literatura muito melhor que o RAP. Nem ele, vês? Nem ele é perfeito.

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    2. Pode não ser das pessoas que mais saiba, mas é seguramente das que melhor percebe Literatura. Eu tive aulas com ele (antes de ele ser famoso), e só posso dizer que é absolutamente extraordinário.

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    3. Quando RAP usa o sarcasmo apenas alimenta os que não gostam de ironia, daí lê-lo pouco. Deve ser porque os sarcasmos vendem-se melhor...

      Quando ele não vai por aí é extraordinário e o texto citado mais acima bem o representa.

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    4. Bem-hajas, Helena. Então há melhor do que o RAP e pior do que eu, o que faz de mim e do RAP fiambre na sanduíche do conhecimento. Antes ser fiambre do que um naco de pão...

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