Há quem lhe chame fleuma britânica, mas eu chamo-lhe perspetiva. Quando cheguei a casa, e enquanto metia o frango e os noodles no wok, a BBC1 passava um documentário sobre a resistência dos aviões modernos aos embates com pássaros, e o channel 5 estava a dar um programa sobre polícias em bairros manhosos. O channel 4 era o único, dos generalistas, a falar do ataque de umas horas antes.
Em 2015, houve 118 assassinatos em Londres, e mais de 10 mil violações. Tenho a certeza que, se for ao Google, encontro atentados em África esta semana que mataram mais pessoas. Quero com isto dizer que o incidente de hoje é uma coisa sem importância? Não, é claro que não quero dizer nada disso. Isto mexe comigo, a nível pessoal e emocional. Vivo nesta cidade, apanho transportes públicos, ando nos mesmos sítios - a foto ali em cima é na ponte de Westminster, num dia de primavera, há uns anos. Mas é preciso ver as coisas em perspetiva, sempre. O terror - como o interpretamos e como reagimos a ele - também é, em grande medida, um problema de perspetiva.
Vejam a minha perspectiva. Ainda não morri com uma navalhada de um qualquer sharia for UK que nós, multiculturalistas-relativistas-ateístas, gostamos de tratar com paninhos quentes.
ResponderEliminar