quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Cobertura das eleições na PBS

Finalmente animação!

Chegámos a 5 de Novembro, finalmente. Como a hora mudou no Domingo, decidi colocar o despertador para as 5:45 da manhã, que corresponde às 6:45 antigas. Demorou algum tempo até decidir se ia trabalhar do escritório ou de casa, mas decidi ir ao escritório. O trânsito não estava mal na direcção oeste na autoestrada, mas do outro lado tinha havido um acidente. Na minha imaginação havia a possibilidade do pessoal andar aos tiros, mas tal não sucedeu. Não é exagero da minha parte porque há bastantes relatos de situações dessas. Depois de tarde escureceu e tivemos umas chuvas fenomenais, logo pouca oportunidade para histrionices na via pública.

No trabalho chegámos a falar sobre as eleições, mas foi mais a jeito de piada do que lamento. Eu dizia que esperava que o pessoal tivesse poupanças, pois, se Trump ganha, a agricultura americana e a Segurança Social vão ao ar, mas pode-se sempre fazer dinheiro com as taxas de juro que a inflação das políticas dele irá produzir. Dá um certo calorzinho na barriga saber que quem o elege será mais prejudicado do que quem não votou nele.

E por falar em taxas de juro, em Setembro fui a Oklahoma e tive oportunidade de ir jantar com umas senhoras, algumas já reformadas, mas uma que trabalha num banco local. Dizia ela que as taxas de juro das contas a prazo e dos certificados de depósito estavam ridículas e não cobriam a inflação. Eu disse que não tinha razão de queixa, pois a minha conta de poupança tinha 4.3% de juro e o meu certificado de depósito a 12 meses tinha 5.25% (eu tenho conta no Capital One, mas até há outros bancos que tinham melhores rentabilidades). Ela disse-me que o meu banco não contava porque não era um banco regional e por isso funcionava de outra forma. Preferências--cada um usa o banco que quer. Oklahoma é completamente republicana: não há um único condado púrpura, é tudo encarnado, depois a culpa é dos azuis.

No meu Facebook, quase nenhum dos meus amigos americanos menciona as eleições e eu tenho amigos em ambos os lados. Mas há uma excepção: uma das minhas colegas do emprego que eu tinha há 12 anos, que já está reformada, é muito Republicana e ela acha que se Trump perder vai ser o fim do mundo, então de vez em quando mete uns posts a lamentar a chegada do fim do mundo. Claro que neste momento, Biden é presidente, logo se fosse para haver o fim do mundo por causa de um presidente democrata já não estaríamos aqui. E o mesmo é válido para Trump v. 2.0: sobrevivemos quatro anos, logo podemos sobreviver mais quatro e depois ele vai à vida. Claro que também há a possibilidade de o Vance o despachar para outras paragens ou até ele sucumbir à sua propria mortalidade.

De qualquer das formas, os EUA prometem que os próximos quatro anos irão ser animados.