quarta-feira, 30 de maio de 2018

Pessoal, mas transmissível


Hesitei uns momentos antes de começar a escrever este texto. Vai ser tão pessoal que ao partilhá-lo como que perco alguma coisa dele. Mas esse risco corri-o quando encetei “A Memória Flutuante”; seria, portanto, pouco lógico que guardasse só para mim o que vou narrar.

Eternidade...

Fiquei um bocado triste que se usasse a questão da eutanásia para ganho político. É verdade que todos têm direito à vida, mas não há vida sem morte e é uma falsa ideia achar que ser contra a eutanásia é ser a favor da vida. As pessoas não são eternas e vão morrer com certeza absoluta; o que não é sabido é quando irá ocorrer a morte e a que tipo de sofrimento estarão sujeitas.

Parece-me um bocado arbitrário ser contra a eutanásia ao mesmo tempo que não se questiona o direito do doente recusar tratamento, apressando assim a sua própria morte, uma prática que é perfeitamente legal. Uma outra coisa que não se vê em Portugal são os processos em tribunal por más práticas médicas que causem a morte, o que seria perfeitamente expectável se os portugueses valorizassem tanto o direito de os doentes terem uma vida o mais longo possível.

Mas por que razão me surpreendo eu com mais um circo? Não há uma tradição de debate sério em Portugal e, se os portugueses compreendessem o conceito "compare e contraste", o país estaria muito melhor do que o que está.

Vamos à música...






terça-feira, 29 de maio de 2018

domingo, 27 de maio de 2018

Lapsos de razão...

O episódio dos "lapsos" de António Costa no Parlamento recorda-nos o milagre das rosas, quando D. Dinis, o tal rei que mandou plantar o pinhal de Leiria, suspeitando que D. Isabel tinha pão para ir dar aos pobres, pergunta à rainha o que levava no regaço e ela responde-lhe "São rosas, meu senhor." Já no caso de António Costa, "São lapsos, meus senhores!" Com sorte e mais uns milagrezinhos, um dia destes, o nosso ilustre PM é elevado a santo.

Não se percebe bem por que levou quase dois anos para a comunicação social descobrir as tais "incompatibilidades" que milagrosamente se transformaram em "lapsos", percebe-se menos que toda a gente fique muito surpreendida por um governo formado com pessoal do governo de Sócrates cometer "lapsos", e ainda (!) -- relembrando o 1, 2, 3 do Carlos Cruz antes de ele cometer "lapsos" -- nos é menos compreensível que se trate este caso como se fosse apenas um de conjectura.

Será que, em dois anos, não houve tempo suficiente para o Ministro Siza Vieira cometer mais uns "lapsos" que realmente demonstrem que foi mal-intencionado no que fez, em vez de se andar por aí a falar como se não se pudesse descobrir se o homem é "vigarista ou burro", como dizia o RAP no Governo Sombra?

Deixem, deve ser um "lapso de razão" meu esperar que esta notícia e outras semelhantes venham com mais carninha no osso. Ah, mas os meus lapsos são apenas momentâneos...




quarta-feira, 23 de maio de 2018

Então expliquem lá...

Isto de o PM Costa decidir andar a comprar e a vender casa, enquanto em funções, é um bocado complicado. Não se percebe muito bem se quando ele comprou precisava de casa; mas, se precisava de casa durante uns meses apenas, não faz sentido comprar e assumir o risco de mais tarde ter de suportar o custo da casa sem ter necessidade dela. Por outro lado, o PM também não trabalha em construção civil e vive da recuperação de casas, logo temos de concluir que a decisão de compra e venda da casa num espaço tão curto de tempo foi mais oportunista do que outra coisa.

Só que há um aspecto bicudo nisto tudo: sendo Primeiro-Ministro, António Costa tem acesso a informação privilegiada acerca da economia antes do resto do pessoal, logo há questões de ética que devem ser exploradas. Se não sabem como abordá-las, sugiro uma revisão de toda a comunicação social acerca dos conflitos de interesse de Donald Trump na Presidência dos EUA.

Temos também de nos perguntar como é que António Costa formou a decisão de compra e venda. Sempre que nós compramos ou vendemos alguma coisa estamos a fornecer informação ao mercado. Que tipo de informação forneceu António Costa? Será que ao decidir vender naquela altura, ele tinha a convicção de que não conseguiria um preço melhor do que o que obteve? Nesse caso, está convencido que a economia não vai crescer o suficiente para acreditar que os preços irão continuar a aumentar.

Uma das explicações para uma compra e venda tão rápida é ele ter chegado à conclusão que afinal não precisava do apartamento. Isto é um bocado problemático porque em termos de finanças pessoais uma compra deste tipo é uma coisa bastante séria, que deve ser bem estudada e ponderada. Se o PM se engana assim com o dinheiro dele, imaginem o que não fará com o dinheiro dos outros. Pois, mas não perdeu dinheiro, dizem os defensores do PM Costa. E eu digo-vos: decidam-se, meus caros, porque ou ele se enganou e comprou quando não devia, logo foi precipitado, ou foi muito esperto e, nesse caso, comprou e vendeu de propósito para fazer dinheiro.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Indignação, viste-a?

Achei delicioso que o Primeiro Ministro de Portugal se dedique a especulação imobiliária, enquanto em funções. Não acho nada mal que se especule, mas convenhamos que parece mal a um governante fazê-lo. Quando Portugal entrar em recessão e o Bloco de Esquerda começar a dizer mal de especuladores, espero que trinquem a língua e tenham vergonha na cara porque, afinal, apoiam o governo de um fulano que especula.

É por estas e por outras que eu prefiro que o PSD governe -- quando fazem coisas parvas, caem-lhes todos em cima, como deveria ser sempre. Já com o PS, há carta branca, e a indignação aparece aos poucochinhos e só daqui a 10 anos é que a coisa parece mesmo mal. Será que depois de terem levado tanto tempo a abandonar Sócrates, os socialistas não teriam aprendido a lição e ficado mais alerta? Parece que não. Siga para bingo...

Resposta da adivinha

Olhem, há uma coisa chamada Google! Como é que um país de pessoal que descobriu meio planeta não tem curiosidade de procurar a resposta à minha adivinha? Isto de vos educar acerca da América dá muito trabalho e não parece ser muito recompensador. Mas, prossigamos, porque eu ando na minha fase masoquista e quem corre por gosto não cansa... (E também me sinto responsável por vos preparar para serem bons imigrantes nos EUA, caso precisem de emigrar!)

Era uma referência a uma canção de Prince, que era de Minneapolis, do filme "Under the Cherry Moon". É assim:
"Why can't I fly away in a special sky
If I don't find my destiny soon
I'll die in your arms, under the cherry moon
I want to live life to the ultimate high
Maybe I'll die young like heroes die
Maybe I'll kiss you in some wild, special way
If nobody kills me or thrills me soon
I'll die in your arms under the cherry moon."

A escultura da cereja na colher está no Jardim de Escultura de Minneapolis e é um dos ícones da cidade.


Ainda Wayzata, MN

Claro que há mais fotos. Acham mesmo que eu não tiraria fotos dos voluntários a trabalhar no jardim? Notem que, como vos disse no outro post, a cidade foi recentemente modernizada, com edifícios antigos a serem reabilitados, abertura de comércio mais caro, e mais restaurantes locais. Se se recordam da faxada do Starbucks, que partilhei convosco no post anterior, é aparente pelo seu aspecto único, i.e., diferente de outros Starbucks, que a cidade tem regras apertadas quando à aparência exterior do comércio.

domingo, 20 de maio de 2018

Foi mesmo o Lago Minnetonka

Passei esta última semana em Wayzata, no Minnesota, e foi a primeira vez que visitei este estado. Como é que se pronuncia Wayzata? É juntar as palavras "why" e "zeta" com sotaque americano e chegam lá; é uma palavra que é derivada do dialecto Lakota Sioux e que significa "costa norte" porque fica na margem do Lago Minnetonka. Lembram-se no filme Purple Rain, quando The Kid diz a Apollonia que tem de se purificar no Lago Minnetonka e ela despe-se e salta no lago onde estão, e ele diz-lhe qualquer coisa parecida com "Hey, wait a minute... that ain't Lake Minnetonka!"



Então, passei a semana a passear na margem do Lago Minnetonka depois de sair do trabalho. À noite, quando o tempo o permite, a cidade, que tinha menos de 3700 habitantes no censo de 2010, fica muito animada e o pessoal sai todo para a rua para ir comer fora e desfrutar algum tempo nas esplanadas. Lembrou-me bastante do estilo de vida de Portugal e, tive bastante sorte porque o tempo esteve tão bom, que todos os colegas me diziam que eu tinha escolhido a semana ideal. Se tivesse ido há duas semanas, haveria frio.

(Nota: este post tem muitas fotos)

Adivinha

Uma das qualificações para se ser bem integrado nos EUA é conseguir acompanhar as referências culturais tão caras aos americanos. Conseguem adivinhar esta?


"I'll die in your arms, under the cherry spoon..."

sábado, 19 de maio de 2018

Pois era...

Andam por aí umas confusões em Portugal por causa de desporto, futebol, claro, porque não existe mais nenhum desporto em Portugal. É um bocado pateta tudo isto porque dá a ideia que, no século XXI, Portugal ainda não tem mecanismos para lidar com estas coisas. Por isso, o PM Costa, aquele génio do costume, acha que se deve criar mais um organismo público, que irá fazer exactamente o quê, não percebi. Policiar os jogadores para que não sejam mais vítimas de violência? Educar os cidadãos para não serem brutos?

Ao menos, perante situações difíceis, o Pedro Passos Coelho oferecia soluções mais eficazes: emigrem.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Sustentabilidade Ambiental com Emprego


O novo relatório da Organização Internacional do Trabalho, “Perspetivas Sociais e Laborais do Mundo 2018: Sustentabilidade Ambiental com Emprego” apresenta dados encorajadores quanto ao impacto que uma potencial transição para sustentabilidade ambiental possa ter nos níveis e na qualidade de emprego a nível global.



Embora o abrandar do aquecimento global implique a destruição de postos de trabalho em alguns sectores da economia no curto prazo, no total o relatório estima que a transição para uma economia mais sustentável leve a um aumento líquido de 24 milhões de postos de trabalho a nível global até 2030.

O relatório aponta também para a urgência do cumprimento dos objectivos definidos no Acordo de Paris de 2015 - o aumento contínua das temperaturas globais levará a que as horas de trabalho a nível global diminuam em 2% até 2030 devido ao stress calórico (i.e, devido ao nível das temperaturas ser demasiado elevado para que trabalhadores em sectores como a agricultura possam trabalhar em segurança durante parte do dia).

O estudo concentra-se em três cenários de transição para uma economia (mais) sustentável: i) uma maior aposta economia circular (baseada na reciclagem e re-utilização de materiais); ii) um maior investimento em energias renováveis; e iii) a transição para práticas agrícolas mais sustentáveis.

No que toca a garantir que esta transição seja socialmente justa e que leve a uma melhoria na quantidade e qualidade do emprego, existem várias dimensões da ação política que podem ter um papel determinante. Exemplos de medidas nas áreas de Segurança Social, Diálogo Social, Desenvolvimento de Qualificações ou Legislação Laboral e Ambiental apresentados no relatório demonstram potenciais instrumentos e medidas que possam garantir que esta indispensável transição para a economia verde decorra de mão em mão com uma crescente justiça social para todos.

Para mais informações, podem seguir o link: https://www.ilo.org/weso-greening/



Floricultura 42

O meu nome não é Alice, mas não é só ela que corre atrás de um coelho branco, eu também tenho corrido.

domingo, 13 de maio de 2018

Chá no Cemitério

Apesar de ainda não ter partilhado convosco as fotos, uma das coisas mais giras que fiz em Houston foi visitar o Cemitério Glenwood. Quando ouvi na WKNO, o serviço de rádio público local de Memphis, de que iria haver uma actividade no Cemitério Elmwood fiquei curiosa porque não conhecia os cemitérios de Memphis, nem sequer sabia da existência de Elmwood.

sábado, 12 de maio de 2018

Bem bom!

Noticia o Dinheiro Vivo que Portugal está de parabéns: está tudo joia porque nunca houve tanta gente a levar 3 mil euros líquidos ou mais para casa! São 37,5 mil pessoas numa população de 10 milhões. Wow...

Uma amiga minha brasileira dizia-me no outro dia que achava que ganhava muito bem no Brasil com um salário anual equivalente a 47 mil dólares, mas depois veio visitar os EUA e achou que ganhava era mal. Aqui, levava para casa mais de 120 mil, mais bónus que podia ir até 50% do salário, mais contribuições para a conta poupança-reforma, e pagava muito menos impostos. Quando a vir, vou dizer-lhe que bom, bom, era ir para Portugal!

Por falar em bom, a Comissão Europeia prevê um crescimento para Portugal de 2,3% para 2018 -- é espectacular, não acham? Imaginem que é pouco mais do que o crescimento médio da economia desde 2000, logo estamos mesmo no bom caminho.

Não percebem?!? Eu explico: o que é uma média? Intuitivamente, é o ponto em que os pontos acima da média compensam exactamente os pontos abaixo. Se no pico do ciclo económico nós crescemos um pouquinho acima da média, então quando chegar a próxima recessão, não podemos crescer abaixo de para aí 2%, porque, senão, estragamos a média!

E agora apetece-me ouvir as Doce, a minha banda portuguesa preferida de quando eu tinha 10 anos. Bem Bom -- isso mesmo!


quarta-feira, 9 de maio de 2018

Teoria dos circos

Estou completamente surpreendida pelo tamanho da discussão que vai em Portugal acerca do último artigo de opinião da Fernanda Câncio, mas já percebi o mal de que padeço: é que eu esqueço-me que ela foi a namorada de José Sócrates. Como é que posso ser tão esquecida? É simples: morreu a minha mãe por aquela altura e eu tinha outras coisas em que pensar e a vida sexual do PM português não me parecia pertinente. Ou seja, só há para aí três anos é que soube, mas não fiz grande esforço em dar grande importância a tal facto. Convenhamos que pensar em Sócrates e amor ao mesmo tempo não faz muito sentido porque ele não tem amor a ninguém. A Fernanda foi mais uma das pessoas que ele usou para chegar onde quis, mas isso na minha cabeça até é sinal de respeito por ela porque de todos os jornalistas em Portugal, Sócrates sentiu necessidade de se envolver com Fernanda Câncio. I rest my case...

Outra coisa que não entendo é o atraso de grande parte da população em enfrentar os factos acerca de Sócrates e do partido que permitiu que existisse um Sócrates. O resto do pessoal ele não levou para a cama, logo que desculpa resta? Vejamos o caso de Donald Trump: ainda nem há dois anos que está em funções nos EUA e, para além das manifestações populares, já há vítimas políticas no Partido Republicano. Por exemplo, Paul Ryan, o porta-voz da Câmara de Representantes já anunciou que não iria voltar a candidatar-se. Em Portugal, não sei de ninguém importante que tenha visto a sua carreira política comprometida por causa de José Sócrates, a não ser o próprio e só ao fim deste tempo todo.

Tomemos António Costa, o actual Primeiro Ministro, que ocupou um cargo importante no partido e no Governo durante o tempo de Sócrates. Sofreu alguma coisa por ter havido um Sócrates e ele estar ao lado? O que eu vejo é toda a gente gabar a inteligência política de António Costa apesar de ele também não ter visto nada, nem feito nada, para impedir Sócrates, e note-se que não viu nada numa capacidade profissional, que é muito diferente de não ver nada porque se envolveu amorosamente com a pessoa. Claramente um sinal de inteligência -- olhem, querem saber? O Pedro Passos Coelho é que tinha razão: o melhor é mesmo emigrar porque ser inteligente aí não é propriamente um bom sinal.

Mas este exemplo é muito mais rico do que pensam porque António Costa é meio-irmão de Ricardo Costa, que ocupa um lugar importante na comunicação social portuguesa, ou seja, também ele tem alguém cujo julgamento profissional compete com o papel que ocupa na esfera privada. Será que, daqui a 10 anos, quando o país encontrar algo de errado com a governação de António Costa -- repare-se que haverá algo porque há sempre --, também se irá fazer um circo em redor de Ricardo Costa, como agora se faz em torno de Fernanda Câncio?

terça-feira, 8 de maio de 2018

Gumption

gumption
[guhmp-shuh n]

noun, Informal.
1. initiative; aggressiveness; resourcefulness:
With his gumption he'll make a success of himself.
2. courage; spunk; guts:
It takes gumption to quit a high-paying job.
3. common sense; shrewdness.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Cúmplices ou alheados

Os portugueses conseguem falar muito eloquentemente de um governo que entrou no poder há mais de 10 anos e no qual estavam pessoas corruptas, como se mostrarem-se indignados agora adiantasse alguma coisa. E o presente? Gostaria de ver uma avaliação da situação actual mediante o que agora é mais claro e límpido do que a água do Luso: como é que há políticos que andam por aí como se não soubessem de nada na altura e ainda continuam em posições de relevo?

Se este pessoal sabia e não disse nada, foi cúmplice; se teve oportunidade, mas não viu nada, é completamente alheado. Querem-me dizer que um país na situação de Portugal fica bem governado com uma elite política composta de pessoas que, ou são cúmplices de corruptos, ou vivem na lua? E já agora, como é que se pode discutir estes casos de corrupção que se passaram há tanto tempo, sem que as pessoas se perguntem "o que é que se passa agora que iremos descobrir daqui a 10 anos?" Não seria de exigir que a comunicação social fosse um bocadinho mais célere nestas coisas?

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Mais verde...

No Sábado, fui à Dixon Gallery and Gardens, em Memphis. Apesar de já lá ter ido várias vezes, nunca tido passeado a sério pelo jardim, o mais que tinha feito tinha sido visitar a estufa em Janeiro passado, altura em que estava aberta uma exposição de amarílis -- um dia destes mostro-vos essas fotos. Uma das vezes em que tinha tentado visitar, era Maio, e uma amiga minha tinha-me vindo visitar em Memphis, mas chovia a potes e limitamo-nos a visitar o museu e deixámos o jardim para outra altura, que nunca chegou a materializar-se.

Enquanto passeava pelo jardim, não pude deixar de recordar a última vez que visitei o Jardim da Sereia, em Coimbra, depois da vegetação ter sido cortada porque apresentava riscos para a segurança dos transeuntes. Fiquei tão traumatizada, que nunca mais lá fui e até tenho medo de passar naquela área -- não por ter medo de ser atacada, mas por ter ficado horrorizada com a conservação do espaço, perdão, com a destruição... Note-se que este jardim, o Dixon, é completamente vedado e fora das horas de visita é protegido por guardas e completamente vedado, ao contrário do Jardim da Sereia que tem acesso livre.

Por coincidência, no Sábado à noite, passou na PBS um programa sobre a construção do Central Park, em Nova Iorque, que foi desenhado por Frederick Law Olmsted. Na altura, o projecto foi um pouco polémico, até porque foi o primeiro jardim daquele tipo nos EUA. Pode parecer macabro, mas antes de haver jardins públicos neste país, era comum as pessoas irem passear para os cemitérios aos fins de semana. Aliás, os cemitérios antigos são bastante arborizados e espaços muito agradáveis.

Antes de sair de Houston, tive oportunidade de participar numa visita guiada do cemitério Glenwood que é qualquer coisa do outro mundo. Foi a primeira vez que pensei que gostaria de morrer nos EUA, se pudesse ser enterrada ali (uma campa custa à volta de $10.000.) Imaginem que até encontrei uma antiga campa de família, cujo apelido era Pereira. Sim, sim, tirei fotos, mas ainda não tive oportunidade de partilhar convosco. Há visitas guiadas a Glenwood quatro vezes por ano e espero voltar a Houston de forma a poder completar a série.

Ah! Mas dizia eu que pensei em Central Park quando estava nos Jardins do Dixon. A razão é simples: o Dixon também tem uma zona aberta de relvado, que fica nas traseiras da Galeria (esta é uma antiga residência) e essa zona ampla foi uma inovação de Central Park. Apesar de parecer que, em partes, a vegetação é natural, todo o espaço é planeado e nota-se que há zonas que estão em construção, à espera de ser plantadas com os seus novos habitantes. Deixo-vos algumas fotos das partes que não estavam em construção. Fica para outra altura as esculturas e o trabalho em curso.