Eu e o Pedro Magalhães decidimos, a bem do equilíbrio das nossas contas
externas, internacionalizar os nossos serviços. Assim, depois de termos, com
sucesso, acrescente-se, feito previsões para eleições legislativas e
presidenciais em Portugal, chegou a vez de Espanha. Para ser sincero, desta vez
a ideia nem foi nossa, foi de Michael Lewis-Beck, que nos contactou para trabalharmos sobre
Espanha. O resultado foi este.
Como sempre acontece nestas
previsões, o principal desafio foi o de estimar um modelo econométrico decente
com tão poucas observações (apenas oito eleições legislativas). Para aligeirar
este problema, juntámos ao modelo as seis eleições para o parlamento europeu que
Espanha já teve, mas, pelo meio, tivemos de apagar algumas, enfim.
Para prevermos o
resultado do partido do governo usamos, essencialmente, três variáveis
explicativas: duas económicas e uma política. As económicas são, como seria de
esperar, a inflação e o desemprego. A variável política que usamos é obtida
através de uns inquéritos mensais à população espanhola que existem desde o fim
da década de 70 do século XX. Para que o nosso modelo tenha fins preditivos,
usamos dados com um desfasamento de 6 meses.
Carregando a nossa bola
de cristal com os dados disponíveis em Maio, obtemos uma previsão para as
eleições que se verificarão em Novembro:
PSOE = 34,5%.
Será a segunda votação obtida pelo partido incumbente mais
baixa de sempre, mas suficiente para evitar uma razia de
proporções loucas.
Se quiser perceber melhor
como chegámos a este resultado, leiam esta entrada do Pedro Magalhães. Ele
explica tudo muito melhor do que eu.
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