quinta-feira, 5 de abril de 2012

Tão fácil prever

Em Outubro de 2011, quando foi anunciado o corte temporário dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos, muitas vozes perguntaram se esse corte era temporário ou definitivo. Uma das pessoas que, insistentemente, fez essa pergunta foi Pedro Lains. Respondi-lhe:

Pedro Lains, respondeu-me com uma pergunta: Então estão a mentir?

Ao que respondi:

Pelos vistos, terei acertado. Passos Coelho anunciou hoje que em 2015 começaria a tal reposição gradual dos salários. Não escrevo esta entrada para dizer que tenho uma bola de cristal. Escrevo apenas para chamar a atenção de que isto tudo é tão evidente que só não vê quem não quer e só se deixa enganar quem gosta de ser enganado. Infelizmente, independentemente das parvoíces que se façam pelo caminho, quando só há um caminho não é difícil de prever qual o caminho pelo qual vamos caminhar. É uma chatice, mas é o que há. Pode ser que, no futuro, se dê mais atenção às Cassandras do regime, que, essas sim, alegam dotes adivinhatórios.

9 comentários:

  1. Pedro Lains, respondeu-me com uma pergunta: Então estão a mentir?

    Ao que respondi: mas isso foi no tempo de Soares não? é que a conversa parece de putos né?

    é perfeitamente possível manter o 13º o 14º e até o 15º mês
    basta meter tudo em escudos

    o Pibe baixa na mesma (tá velho e mete coca por tudo o que é lado é como o Roosevelt e a sinusite crónica) mas a gente ganha cada vez mais em escudos
    até devem pôre um subsídio de carnaval e outro de 1º de Maio para dar mais votos

    foi a solução da 1ª república e do VII e IX con's titucional (e do VIII em 1984 em que o bolsa na mão abriu os cordões à bolsa)

    pelo menos o de Al cains parece já estar nos cinquentas tem falta de memória?

    isto desde que o estado descomparticipou aquelas ampolas bebíveis fosfogene e afins

    a memória está em default

    deviam mesmo funcionar apesar de serem cheias (algumas )só com água...

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  2. há 7000 milhões de pessoas
    qualquer incêndio na rússia ou inundações nos pakis e austrálias faz subir o preço do pão

    e despoleta motins no mundo
    e nascem primaveras ai rabs e colonatos colombianos

    logo esperar que putocale descole
    como descolou de um PIB de 90 mil milhões de dólares em 95 para os mais de 200 mil milhões
    (170 mil miliones eurros)
    que terá ainda daqui a um ou dois anos
    à custa de pavimentos e casotas...
    e de um desemprego artificialmente mantido baixo
    (no papel ...ao estylo de Ceausescu e doutros politburos africanos)
    e esperar que cada vez menos sustentem os 3 milhões de velhos que vocês serão em breve...

    é como é que se diz...perfeitamente possível

    de resto quem dissesse que isto ia acontecer num trabalho qualquer de uma cadeira qualquer
    (levava uma anotação a dizer que além de criptofascista o trabalho era xenófobo...vá-se lá saber porquê
    deve ser porque o computador era um wang...

    perspectivas de declínio da economia putogoesa pós adesão ...
    e nã tinha de ter sido assis...

    emparcelamento agrícola milhões para o latis fundis cavaqueira Tierry-Rousseau brejão...

    fornos de tijolo para construir 8 milhões de casas
    cerâmicas de retrete para construirem até 2020 trinta milhões de casas de banho novinhas

    e uma fábrica de beterraba enterrada com os amoníacos de putogale todos...

    queriam continuar a alimentar institutos que produzem trabalhos do estylo
    a azinheira esse fóssil económico como?

    e 40 mil profes unives com uma população universitária descendente

    e PPP BPN'S autarcas e fluviários com centros culturais e de futebol acoplados como?

    se metade dos engenheiros formados andou a vender tintas e relvados e estruturas a granel...

    bolas cansei...será que boçês são tão ingénuos como as vossas (aparentemente) conversas e discursivos vários

    se calhar o estado criou-lhes uma auto-ilusão?

    o estado estupidificou-os foi isso?

    geralmente trabalhar à sombra do estado dá nisso...

    mim só trabalhou em empresas falidas nos últimos 2 séculos pode ser que chegue ao XXII...

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  3. Dos 350 e poucos reformados daqui do barrió 250 estão acima dos 65 anos (140 acima dos 75) mas quase 100 têm entre 50 e 64 anos e destes 30 com 56 a 61 anos (a maioria tem 58-59 (16 deles) reformou-se nestes últimos 3 anos
    14 deles neste ano de 2011
    apesar de serem de uma classe etária em que metade emigrou..
    muitos voltaram para aproveitar a retraite
    e a restante metade é de funcionários
    e excluo os militares que estão na reserva desde os 55
    e os pilotos e pessoal da TAP que só há cá 3

    com tudo isto e os 160 mil nasciturnos que vão atingir a reforma ou a morte em cada ano que passa...tiraram o curso num brinde do Ajax
    ou foi na farinha Amparo?
    eódespois dizem que os cursos dos do propedêutico eram cursos a sério....lérias
    até o Toino da Choça viu que nã ia ter reforma já há 10 anos....
    e é da vossa idade (cinquentão) cigano e iletrado...e com vinte anos de cursos de pós-graduação nos Linhós e Aljubes de Franco y D'el Rey

    de resto quando ele chegar aos 65 já deve tar dentro da cova...hepatite B hepatite C os rins num pingo...e boçês só adescobriram ..pois

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  4. Se era tão fácil prever...adevia ter feito um poste há 2 anes...

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  5. Há dois anos não tinham sido cortados os subsídios. De qualqer forma, há dois anos o fernando alexandre previu este tipo de cortes, sim. Pelo que, realmente, ou os autores deste blogue têm mesmo dotes adivinhatórios ou qualquer pessoa com bom senso teria capacidade para prever.

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  6. Se me permitem, transcrevo o que, a este propósito, anotei hoje no meu caderno de apontamentos:

    "CLARAMENTE MENTIRAS
    Por amor ao poder os políticos mentem frequentemente. Porque os eleitores querem acreditar no que gostam de ouvir, os políticos sacam da demagogia que têm à mão e distribuem-na aos que lhes dão os votos até esvaziar o bornal. Transitoriamente, os governados sossegam e os governantes sustentam-se. Até ao momento em a verdade, nua e crua, se revela.


    Há seis meses, quando foram decididos os cortes dos subsídios de férias e de Natal, - uma invenção desastrada, como referi várias vezes neste caderno de apontamentos, quando a eclosão da crise ainda estava longe -, escrevi aqui:


    Esqueçam o subsídio de férias e o subsídio de Natal os funcionários públicos e os pensionistas que foram obrigados a confiar os descontos durante a sua vida profissional ao Estado. Não voltarão mais.

    Alguém pode acreditar que, passados os dois anos de vigência do acordo com a troica (em itálico, porque o ministro das finanças resguardou-se com esta premissa provisória) o governo tenha margem para repor aquilo que significaria um aumento de cerca de 17%! após esse período de emagrecimento? Esqueçam.



    Inevitavelmente, o governo já veio levantar metade do manto com que disfarçou a verdade. A oposição que tem obrigação de saber aritmética, vem invectivar agora o governo, com grande estrondo e surpreendente admiração, acerca de uma questão em que, por mera táctica política, preferiu esperar para ver o inevitável.

    Outra mentira embrulhada no mesmo pacote tem merecido dos media, das oposições, dos comentadores políticos, dos bloggers, a mais completa indiferença, que o ruído que agora se levanta acerca da reposição impossível de 17% de corte dos salários e pensões da função pública após o período prometido, ainda mais abafou: a mentira com que se cozinham os cálculos dos pensionistas da segurança social, isto é, daqueles que trabalharam na maior parte dos sectores privados. E digo, na maior parte, porque continua a haver, também a este respeito, portugueses de primeira e de segunda: aqueles que são obrigados a contribuir para os remendos da crise e aqueles que sempre estiveram, e continuam a estar, desobrigados de quaisquer contributos de solidariedade social.

    Reexplicando (porque já anotei isto neste caderno várias vezes): O cálculo das pensões dos reformados dos sectores privados que, obrigatoriamente, descontaram para a segurança social é feito com base nas contribuições efectuadas e o número de anos em que foram feitas. Contas feitas, a pensão calculada é um valor anual. Por uma decisão administrativa, que é o cúmulo do rídiculo, o valor anual da pensão é dividida em 14 prestações mensais, a duas das quais chamam, subsídio de férias (a pensionistas!) e de Natal. Sendo subsídios (mas não são), entendeu o governo, que eram merecedores de cortes.

    O que é que vai continuar a acontecer, uma vez que o orçamento continua roto e os cidadãos de primeira não são chamados a contibuir para o remendar: Um cidadão, compulsivamente contribuinte da segurança social, ao atingir os 65 anos de idade pede a reforma. Cálculos feitos, tendo em consideração os descontos feitos nos últmos 15 anos, se as contas conduzem a um resultado de 100, a pensão máxima anual calculada é de 80 (40 anos de descontos* 2%, mesmo que tenha descontado durante mais). Recebe 80? Não. Recebe 57(=80/14*12).

    Por enquanto.
    Aleluia! Pode ser sempre pior."

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  7. Rui, quando fala em 17% está "só" a falar nos subsídios de férias e de Natal. Não se esqueça do corte que Teixeira dos Santos também fez. Em média, foram 5% de cortes salariais para a função pública.
    Alguém que ganhe relativamente bem na função pública, como e o meu caso, teve o seu ordenado reduzido em cerca 25% no total.

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  8. Luis,

    Referia-me apenas aos cortes de subsídios, uma designação errada desde que foi concebida. O que há é, realmente, sem eufemismos, cortes de salários e pensões. No seu caso, 25%. No meu, nem lhe conto. Haja saúde! O que me indigna é iniquidade fiscal que sempre existiu e agora se exacerbou.

    Quanto aos "subsídios" há muitos anos que sou contra. Pelas funções que exerci durante muitos anos, apercebi-me bem que um dia seriam, por uma razão ou por outra, colocados em causa. Por três razões, pelo menos: primeiro, porque determinam um esforço de tesouraria nas empresas em momentos em que as entradas são menores (Verão e fim do ano); segundo, porque é uma prática geralmente não observada em outros países. Quando, em reuniões com concorrentes europeus, se abordavam as questões salariais, via sempre da parte da maior deles um olhar de espanto perante a nossa "vantagem", ainda que os nossos salários mensais médios fossem inferiores aos deles; porque determina picos de consumos desnecessários ou excessivos, em grande parte dirigos a importações. Poderia determinar oportunidades de poupança, mas não foi, na generalidade, o caso. Nem seria esperável, considerando o contexto, que fosse.
    Um dia propus aos meus colegas que os salários anuais na empresa passassem a ser pagos em 12 mensalidades e não 14. Foi, rotundamente, chumbada a proposta. Nem sequer passámos à fase de ouvir os sindicatos.

    Dir-se-á: A título de subsídios ou não, estes cortes iriam acontecer. Talvez. Mas teria essa realidade teria de ser chamada pelo nome: corte de salários e pensões a uma parte dos trabalhadores e pensionistas.

    ---
    Já agora: Não entendo a que título se considera o pagamento das pensões aos reformados do sector privado (não todos, os bancários, por exemplo, ainda estão fora do alcance da foice)como despesa pública se as contribuições (34,5%=23,5%+11% sobre os salários ilíquidos) ainda superam as pensões pagas neste sistema "pay and go", mesmo dando de borla os activos mobilizados para pagamento dos não contributivos quando o actual sistema começou? Que serviço presta o Estado para que estas pensões sejam consideradas "despesa pública"? Recebe de uns, paga a outros. Nada mais. Quando se fala de "despesa pública" em função do PIB este valor das pensões pagas aos reformados de parte do sector privado não deveria ser retirado? Não sendo, que comparação é possível entre um sistema de pensões em grande parte intervencionado pelo estado (como é o nosso) com outro muito menos intervencionado (Suíça, EUA) ou menos intervencionado (quase todos os que sustentam o sistema de pensões nos chamados 3 pilares)?

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  9. Luís Aguiar-ConrariaApr 6, 2012 12:50 PM respondeu pô...
    deve ser da crise de comentários...e provocações

    Há dois anos não tinham sido cortados os subsídios...mas tal como as medidas tomadas por Soares era uma forma fácil de reduzir a despesa

    claro que desvalorizar a toda a velocidade e meter a chapa 10 a toda a pressão ajudava

    Pelo que, realmente, ou os autores deste blogue têm mesmo dotes adivinhatórios ou qualquer pessoa com bom senso teria capacidade para prever que provavelmente só voltarão a ter subsídios quando as notas forem de escudos?

    prever que a crise de 2006 ou 2007 (provavelmente ficará como o crash de 2008
    e a crise 2008-202?
    não toma como variáveis colapsos de estados
    problemas de secas continuadas no bread basket eurropeu...
    acidentes tectónicos e diga-se de passagem este século já superou as perdas económicas de origem sísmica do século XX inteirinho

    logo dizer que os subsídios voltam algures

    We'll meet again
    don't know where
    don't know when
    but I know we'll meet again
    some sunny day
    you and me my subsidie...de feriahs

    eu cá esperava sentado

    e se vier em escudos ê cá reemigro uns meses antes né...

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