sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Feminismo

Houve quem achasse o meu post sobre o comentário de Pedro Arroja às senhoras do BE como sendo mau feminismo. Independente das ideias das mulheres do BE, elas têm o direito de defendê-las. Achei muito má a postura do Pedro Arroja: ele tem o direito de refutar as ideias delas; revelar que estas mulheres não lhe dão pica é informação a mais e não nos diz nada acerca das ideias das senhoras do BE. Mas ele não foi inovador: dizer a uma mulher que ela é menos desejável sexualmente por causa das ideias que tem é uma técnica muito comum para intimidar as mulheres e as mandar calar: "Eras mais gira se estivesses calada, ó 'mor!".

Por outro lado, também não gostei da reacção das mulheres do BE. Se um homem me insulta, eu não acho bom exigir desculpas. Porquê? Porque se está a dizer aos homens que podem insultar-nos à vontade, pois, se depois pedirem desculpa, tudo ficará bem no universo. Acham que é isto o que eu quero para mim e para as outras mulheres? Eu quero poder abrir a boca e falar à vontade sem ser insultada.

Se os Pedros Arroja do mundo querem revelar a toda a gente que quando ouvem uma mulher, estão a pensar se vale a pena levá-la para a cama, não é o que elas dizem que lhes interessa, isso diz mais acerca do bigotismo e imbecilidade desses homens do que das mulheres que são alvo desses comentários ou das suas ideias. Por isso, mulheres, exigir desculpas de homens assim é dar-lhes a oportunidade de eles se safarem ficando bem, quando o que nós queremos é que eles deixem de ser estúpidos.

Para a próxima, enviem ao senhor um ramo de rosas com uma nota tipo: "Estas são bonitas e não são esganiçadas, mas cuidado quando as levar para a cama: os picos talvez não dêem muita pica."

Este é o meu feminismo.

2 comentários:

  1. Feminismos à parte, o que o Pedro Arroja fez foi um ataque ad hominem e grosseiro. O que, em discussão, apenas costuma revelar incapacidade de rebater os pontos do adversário. O BE teria feito melhor em tirar esta conclusão (i.e. Como o senhor economista não consegue rebater as nossas ideias, ataca-nos de forma grosseira. Isto só indica o desespero da Direita, blah blah blah).

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  2. Pedro Arroja referiu-se a algumas mulheres como COISAS que não valem nada, ["nem dadas, nem herdadas", como num conhecido aforismo] e é nesse ponto que se situa a gravidade das suas afirmações.

    Eu não sei se ele tem cultura e inteligência para entender isso mas Francisco Louçã [Francisco-Louçã-150887489198 FB. 11/Nov./2015 9:53] parece saber, dado que lhe chamou AZEITEIRO termo que, a Norte do rio Tejo, aplica-se a indivíduos que manifestem desejo excessivo de auto-afirmação, abusando de futilidades com vista a terem estilo que, no entanto, é demasiado fácil de desmontar, levando-os a cair no ridículo.

    Susana Brito [susana.brito.967 FB. 2/Nov./2015 09:51] foi lapidar:
    «...
    Pedro Arroja condescende em abrir o coração e partilhar connosco algumas inclinações da sua intimidade.

    Isto é, por definição, um assunto muito importante.

    Se é para o Pedro Arroja, é também para qualquer pessoa, especialmente para gaja que queira merecer algum respeito e consideração.

    Mas, ah!, que gato em brasas! Nunca baixa a pestana para sopesar a fruta; não despede o olho clínico só porque a cena é política.

    Mas atenção: não se pense que ele é um trólóló-vai-com-todas! Nada disso! É selectivo, o bichano: ronronador-etc-&-tal "à la façon" nas suas sete quintinhas, sim (escaldantes entrelinhas...), mas gosta delas docinhas. Nada de sustos e gritos para o tareco quentucho!

    É isto que nos conta em recorte sublime das suas confissões íntimas públicas (ou confissões públicas íntimas?).

    Espero que o repúdio liminar às miúdas esganiçadas e convencidas (um pouco estranhas, não é?!), que andam aí a dar nas vistas nos canais errados não as traumatize (ou as excite) demais.

    Jovens corações estilhaçados por tão brutal repúdio poderiam levar a mais um impasse no regime!
    ...»

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