domingo, 21 de fevereiro de 2016

Nacionalização e centros de decisão nacional

Gosto sempre de ouvir e ler Vítor Bento - tem mesmo um livro que considero dos mais importantes sobre a economia portuguesa: Perceber a crise para encontrar o caminho. Só tenho pena que ele, profundo conhecedor do sistema financeiro português, não refira nunca nas suas análises as enormes responsabilidades do sector financeiro, em particular do sector bancário, na crise da economia portuguesa. O grande problema do financiamento da economia portuguesa é em grande medida resultado de erros de gestão (portuguesa, diga-se de passagem) da banca portuguesa (sobretudo daquela que tinha ligações mais 'estreitas' com o Estado português). Mas sim, há enormes riscos em a nossa banca ser absorvida por grandes grupos espanhóis. 

10 comentários:

  1. Está por demonstrar que os erros de gestão que os bancos portugueses cometeram tenham sido mais decisivos para o seu colapso do que a actuação ora titubeante ora encarniçada do regulador, a cumplicidade deste com o alarme e pânico persistentemente alimentado por uns quantos jornalistas, e a indiferença esfíngica de um governo que julgou que a melhor maneira de proteger os contribuintes seria voltar as costas aos bancos feridos nas sequelas da maior crise finaceira global dos últimos 80 anos, contrariamente ao que muitos outros países com o mesmo problema fizeram.

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  2. Ricardo Salgado, por outras palavras disse que havia dois investidores interessados em irem ao aumento de capital mas o Governo PSD preferiu deixar cair o BES. Stock da Cunha entrou em funções e a primeira coisa que fez foi perdoar dívida do banco BESA ao Banco BES no valor de 3000M. E agora com a nacionalização vamos perder mais de 4500M enfiados no fundo de resolução. Parabéns pelos centros de decisão

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. A Destreza podia convidar, por exemplo, Horta e Costa para explicar o sucesso da intervenção pública em bancos ingleses combalidos pela crise financeira global, má gestão, para alguns, e o que teria acontecido ao sistema financeiro britânico se aqueles tivessem servido de cobaias a Bruxelas e Franckfurt para os seus iluminados planos de resolução.
    http://www.ft.com/intl/cms/s/0/d22dbfe8-374d-11e5-bdbb-35e55cbae175.html#axzz40w0tTRfP

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  5. Os economistas portugueses, em geral, são avessos ao risco de escreverem sobre o nosso sistema financeiro, uns porque sabem que não sabem bem a matéria (o que merece respeito e apreço), outros por opção técnica (é com cada um) e, certamente, por outras razões tão pouco inteligíveis como o facto de, entre os economistas americanos (dos EUA), haver tão pouco escritos adversos às posições do FED.

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    1. Se quer ver um economista americano adverso às posições do Fed, sugiro-lhe o David Stockman:

      http://davidstockmanscontracorner.com/

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  6. Faço questão de salientar que a minha farpa, escrita mais acima, deixou de poder ser imputada aos autores do seguinte livro, cujo capítulo V, que acabei de ler:

    Crise e Castigo: Os desequilíbrios e o resgate da economia portuguesa
    [Fernando Alexandre, Luís Aguiar-Conraria e Pedro Bação]
    Ed. FFMS 2016

    Bem hajam.

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