sexta-feira, 10 de junho de 2016

Hoje é dia de Portugal, mas também é dia de Camões.
Pobres adolescentes, forçados a ele na escola. Felizes adultos, deslumbrados por ele quando já ninguém os força.
Depois de tantos dias mal gastados,
Depois de tantas noites mal dormidas,
Depois de tantas lágrimas vertidas,
Tantos suspiros vãos vãmente dados, 
Como não sois vós já desenganados,
Desejos, que de cousas esquecidas
Quereis remediar mortais feridas,
Que amor fez sem remédio, o tempo, os Fados? 
Se não tivéreis já longa exp'riência
Das sem-razões de Amor a quem servistes,
Fraqueza fora em vós a resistência. 
Mas pois por vosso mal seus males vistes,
Que o tempo não curou, nem larga ausência,
Qual bem dele esperais, desejos tristes? 
Luís Vaz de Camões

3 comentários:

  1. Ah, eu tive a enorme sorte de ter uma professora que só fazia divisões de orações nos Lusíadas quando era absolutamente indispensável para perceber o que estava escrito e que me deslumbrou ao ponto de o meu estudo para o ponto se limitar a lê-los (quase integralmente) em voz alta. É impossível lê-los de outra maneira...

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  2. Mas Camões é bem mais que Os Lusíadas:

    «Os bons vi sempre passar
    No mundo graves tormentos;
    E para mais me espantar
    Os maus vi sempre nadar
    Em mar de contentamentos.»

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  3. Ora, ganhei logo o dia -- e até o fim-de-semana... <3

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