quinta-feira, 16 de junho de 2016

Valha-nos isso

Portugal está “à beira da crise” e com um governo cuja estratégia de “marcha atrás” nas reformas ameaça “os progressos dos últimos anos” e “provavelmente” levará o país para outra crise económica. É este o recente diagnóstico do Commerzbank. Perante a passividade e a cegueira colectiva, o país caminha lentamente para outra bancarrota. Enquanto isso, o presidente e o primeiro-ministro tiram selfies todos sorridentes, dão beijinhos e abraços, e dois dedos de conversa com quem se cruzam. A seguir, põem-se a andar e vão à sua vida. É isto a política dos afectos, que deve, com certeza, servir de imenso consolo aos desempregados e aos insolventes. Valha-nos isso. Ou valha-nos Deus.



1 comentário:

  1. No tempo do anterior governo, alguns desvalorizavam a situação em que o país se encontrava em 2011.
    Fruto de décadas de estratégias de desenvolvimento erradas (desde 1974), de aproveitamentos pessoais e partidários dos rios de euros que a entrada na UE nos proporcionou.
    Estratégias assentes num país atrasado, atávico, que a impossibilidade de solução política impôs uma rotura violenta em 1974, cujas consequências do subsequente PREC se prolongaram longe demais no tempo.
    Estratégias que foram apanhadas na curva da maior crise do sistema capitalista desde 1929, coincidente com a maior globalização que o mundo experimentou.
    Nada disto interessou, primeiro, aos que se aproveitaram da situação de 2011 para vingança de grupo; aos outros, que em vez de criticarem fundamentadamente apenas as políticas erradas, levavam tudo a eito, melhor, só davam destaque às opções políticas e aos resultados maus.
    Agora, mudado o governo, repetem-se as mesmas práticas sectárias, maniqueístas.
    Só se destacam os lados negativos, omitem-se propositadamente os positivos.
    Estão muito bem uns para os outros: os dois grupos de cromos que assim procedem.
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    Dados fresquinhos do Eurostat, 14/06/2016.
    Portugal tem o segundo maior crescimento em cadeia da zona euro e da União Europeia na produção industrial.
    «Parmi les États membres pour lesquels les données sont disponibles, les plus fortes hausses de la production industrielle ont été enregistrées en Irlande (+6,7%), au Portugal (+6,4%), en Estonie (+5,9%) ainsi qu'en Hongrie (+5,4%), et les baisses les plus marquées en Croatie (-2,8%), en Lituanie (-2,7%) et en Lettonie (-2,0%).»

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