Podemos ver no editorial desta semana no Avante:
O Governo PSD/CDS agora empossado não tem, por si só, condições para se manter em funções;
No editorial de há duas semanas, tinham escrito:
Há uma base institucional para outras soluções governativas que impeçam PSD/CDS de formar governo e prosseguir a sua política de desastre, exploração e empobrecimento.
Esta semana:
Há no novo quadro parlamentar uma maioria de deputados que constituem condição bastante para a formação de um Governo de iniciativa do PS, que permita a apresentação do programa, a sua entrada em funções e para a adopção de uma política que assegure uma solução duradoura. Nenhuma razão política ou institucional pode ser invocada para questionar essa solução governativa.
Há duas semanas:
O PCP reafirma que há uma maioria de deputados que constituem condição bastante para a formação de um governo de iniciativa do PS, que permite a apresentação do programa, a sua entrada em funções e a adopção de uma política que assegure uma solução duradoura. PSD/CDS não têm à partida condições reunidas do ponto de vista de suporte parlamentar para que seja Passos Coelho a ser indigitado como primeiro-ministro e nenhuma razão institucional objectiva pode justificar essa indigitação.
Esta semana:
Os trabalhadores e o povo podem contar com o que dissemos: não faltaremos com o apoio a qualquer medida que corresponda aos seus interesses, à elevação dos seus rendimentos e à reposição dos seus direitos; assim como não caucionaremos as medidas e políticas que atentem contra os seus interesses e direitos.
Há duas semanas:
«O PCP não abdicou nem abdica – como referiu o camarada Jerónimo de Sousa no comício do Porto do sábado passado – de lutar por uma política que responda de facto aos direitos dos trabalhadores e do povo, à elevação das suas condições de vida, ao combate às injustiças e desigualdades sociais, ao necessário crescimento económico e a uma efectiva política de emprego».
Onde está então a diferença? Penso que nesta passagem que estava lá há duas semanas:
Nunca escondemos que há significativas diferenças entre o PCP e o PS que, aliás, têm estado presentes nas reuniões que se têm realizado, num esforço de exame das possibilidades de soluções políticas, que prossegue. O que dizemos é que, não sendo possível a convergência para uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo (...)
No editorial desta semana, a hipótese de não ser possível uma convergência desapareceu. Nos próximos dias, veremos se esta diferença no tom do discurso é efectiva ou não.
Adenda: Não foi preciso esperar uns dias, bastou umas horas. A diferença é mesmo radical.
Adenda: Não foi preciso esperar uns dias, bastou umas horas. A diferença é mesmo radical.
Esta última frase está muito mal escrita, acho que nem faz sentido. Mais um ponto contra o PCP no meu livro: não apreciam a língua portuguesa o suficiente para editar o que escrevem.
ResponderEliminarA última frase termina com "O que dizemos é que, não sendo possível a convergência para uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo, nada obsta a que o PS tome a iniciativa de formar governo e entrar em funções." (negrito meu - com esta parte creio que a frase faz um pouco mais de sentido).
EliminarCaramba, agora vou ter de gostar do PCP...
EliminarA última frase está truncada: o Editorial diz "O que dizemos é que, não sendo possível a convergência para uma política que responda às aspirações dos trabalhadores e do povo, nada obsta a que o PS tome a iniciativa de formar governo e entrar em funções."
ResponderEliminarObrigado pela correcção. Tinha um ponto final errado.
ResponderEliminarA língua portuguesa nem sempre se adapta bem às acrobacias verbais do PC, especialmente quando não querem revelar nada.
ResponderEliminarMaria Teresa Mónica
A língua portuguesa nem sempre se adapta bem às acrobacias verbais do PC, especialmente quando não querem revelar nada.
ResponderEliminarMaria Teresa Mónica