quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Mudem a lei!

Aquando das manifestações contra os incêndios, vi muita gente a perguntar qual o objectivo das pessoas que iam para a rua. Agora é a minha vez de perguntar: qual o objectivo das pessoas que vão sair à rua na Sexta-feira por causa das considerações do juiz desembargador Neto de Moura.

Se o objectivo é apenas calar este juiz, não contem com o meu apoio porque ele não é o único e o problema continuará a existir com ou sem ele. A solução é mudar a lei. Qual vai ser o partido que vai propor que se mude a lei para que uma pessoa que seja sujeita a este tipo de tratamento tenha recurso perante a lei portuguesa?


1 comentário:

  1. Estamos num país da União Europeia em 2017, e dois juízes usam o Antigo Testamento e leis portuguesas revogadas no séc. XIX para "acentuar que o adultério da mulher é uma conduta que a sociedade sempre condenou e condena fortemente (e são as mulheres honestas as primeiras a estigmatizar as adúlteras) e por isso vê com alguma compreensão a violência exercida pelo homem traído, vexado e humilhado pela mulher” (texto completo aqui)


    Nada como os valores de antigamente, nos bons velhos tempos, quando a sociedade ainda não tinha sido conspurcada pelo relativismo e pelos lobbies das poucas-vergonhas.

    Nada como ir aprender com os clássicos. Como neste quadro de Lucas Cranach, o velho, que está no Museu do Palácio de Weimar. O homem viveu há 500 anos, e já nessa altura estava mais avançado em termos de valores cristãos e humanistas que agora os meritíssimos Juízes daquele tribunal do Porto. Reparem bem: não é só o ar sereno e compassivo de Jesus Cristo, não é só a sua mão a segurar a mão da mulher acusada. É, sobretudo, o ar boçal, bruto, frio, torpe, maldoso de quem acusa. Cranach tinha uma fantástica capacidade para estampar a estupidez e o ódio na cara dos defensores da Lei, da Ordem e da Moral.

    O que mais me impressiona nas interpretações que Cranach faz dos temas bíblicos é o retrato do mal que habita o ser humano. Como se pode ver nestas imagens, que fotografei (com péssima luz) na colecção de cenas da Via Sacra, no Jagdschloß de Grunewald em Berlim.


    Nos quadros de Cranach, há sempre dois lados em confronto: a bestialidade goza sadicamente com a fragilidade dos humanos.
    De que lado estamos nós?
    De que lado estão os juízes desembargadores Neto de Moura e Maria Luísa Abrantes?

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    Fonte: por aí

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