sábado, 12 de maio de 2018

Bem bom!

Noticia o Dinheiro Vivo que Portugal está de parabéns: está tudo joia porque nunca houve tanta gente a levar 3 mil euros líquidos ou mais para casa! São 37,5 mil pessoas numa população de 10 milhões. Wow...

Uma amiga minha brasileira dizia-me no outro dia que achava que ganhava muito bem no Brasil com um salário anual equivalente a 47 mil dólares, mas depois veio visitar os EUA e achou que ganhava era mal. Aqui, levava para casa mais de 120 mil, mais bónus que podia ir até 50% do salário, mais contribuições para a conta poupança-reforma, e pagava muito menos impostos. Quando a vir, vou dizer-lhe que bom, bom, era ir para Portugal!

Por falar em bom, a Comissão Europeia prevê um crescimento para Portugal de 2,3% para 2018 -- é espectacular, não acham? Imaginem que é pouco mais do que o crescimento médio da economia desde 2000, logo estamos mesmo no bom caminho.

Não percebem?!? Eu explico: o que é uma média? Intuitivamente, é o ponto em que os pontos acima da média compensam exactamente os pontos abaixo. Se no pico do ciclo económico nós crescemos um pouquinho acima da média, então quando chegar a próxima recessão, não podemos crescer abaixo de para aí 2%, porque, senão, estragamos a média!

E agora apetece-me ouvir as Doce, a minha banda portuguesa preferida de quando eu tinha 10 anos. Bem Bom -- isso mesmo!


5 comentários:

  1. Os impostos sobre rendimentos de pessoas singulares são menores no Brasil do que nos EUA. E, para um estrangeiro, são menores em Portugal do que nos EUA ou no Brasil. Por isso, muitos trocam Miami por Lisboa.

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    1. Não sei se sabe, parece que não, mas um estrangeiro que trabalhe nos EUA pode escolher ser considerado residente para efeito de impostos. Quem escolhe ser taxado à taxa de não-residente pode também ver se o país de onde vem tem um acordo fiscal com os EUA. Portugal tem acordo fiscal com os EUA, mas um português que cá trabalhe deve também fazer os impostos como residente para ver qual é o regime mais vantajoso.

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  2. Normalmente, alguém que permaneça mais de 180 dias por ano em um país é aí considerado residente fiscal. A taxa máxima de IRS nos EUA é 37% (+ estadual) e no Brasil é 27,5%. (almoçando no Flint, em Oklahoma City)

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    1. Em OKC, um restaurante famoso é o Ted's. Os locais gostam muito de lá ir. Pessoalmente, eu gostava muito de ir ao La Baguette Bistro porque o bolo de chocolate deles é do outro mundo. Espero que tenha visitado o memorial do atentado, pois é um local muito bonito.

      Quanto ao argumento em si, não percebo muito bem. Para efeito de impostos, os EUA têm umas coisas chamadas isenções e deduções e as deduções americanas são muito mais generosas do que as portuguesas, por exemplo, quem opte por itemizar os seus impostos, pode deduzir 100% dos juros de empréstimos de casa (em Portugal é só 15%), 100% dos impostos locais (em Portugal deduz-se o IVA de algumas coisas), quem tem seguro de saúde pelo emprego paga com dinheiro pré-impostos, etc. E, em cima disto tudo, os escalões de impostos são mais amplos do que em Portugal e a taxa máxima é inferior. Ou seja, não sei como é que o NG conclui que o sistema português é mais vantajoso para efeitos de impostos do que o americano. Eu tenho um apartamento em Portugal que arrendo e pago 28% de imposto sobre a renda líquida de despesas de condomínio, 15% dos juros, seguro, e imposto de propriedade. Com o sistema americano, tenho direito a deduzir muito mais despesas, inclusive a amortização do valor do apartamento, e acabo por não pagar imposto nenhum.

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  3. Visitei o memorial do atentado, sim. Confere. Muito bonito. Custa a crer como é que numa terra com aspecto tão pacato aconteceu uma coisa assim.
    Em Portugal, só os estrangeiros que adquiram o estatuto de residente não habitual pagam menos impostos. Os residentes permanentes pagam obviamente mais do que nos EUA e no Brasil.

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