domingo, 6 de janeiro de 2019

Dia 5

Estou a mudar de casa. Por um lado é uma experiência excitante, por outro muito cansativa. E tenho de continuar a reverter à média: em média, mudo de casa cada 18 meses e já são 10 nesta casa e foram quatro anos na anterior. O Julian gosta da casa nova e adora poder passear sem haver folhas de árvores caídas por todo o lado como as há na actual vizinhança. O meu dia resumiu-se a passear o Julian, ter uma sessão com o personal trainer, e mudar algumas das minhas coisas de uma casa para a outra. Vou tentar ir arrumando as coisas na casa nova e só envolver o pessoal das mudanças para as coisas pesadas, como as mobília e algumas caixas que restam da mudaça anterior.

Para passar o tempo, pensei também nesta questão do Mário Machado, uma pessoa que eu desconhecia, mas que agora fiquei a conhecer. Fiquei eu e ficou muita gente porque se ele não tivesse ido ao programa do Manuel Luís Goucha, eu continuaria a ser ignorante -- benefício de ter uma mar entre mim e Portugal e de ser de um país que gosta de varrer as coisas para debaixo do tapete.

Há quem ache que não é valioso ter pessoas como Mário Machado na TV, mas eu acho que se não se conhecer estas histórias, corre-se o risco das coisas voltarem a acontecer outra vez. É importante que as pessoas saibam que há consequências para este tipo de comportamento e parece que a justiça funcionou e o homem passou uns anos na prisão. Ou talvez seja esse o problema: devia ter passado mais tempo ou se calhar nem devia ter saído.

Só que Portugal tem a mania que é um país modernaço, com penas leves, mas depois não se sabe muito bem o que se fazer com as pessoas quando elas saem da prisão. Qual é o objectivo de meter estas pessoas na prisão -- será castigá-las ou reabilitá-las? Ou será que estou a ver a coisa pelo prisma errado. O problema pode ser mesmo a justiça ter funcionado e ele ter ido parar à prisão. Se funcionou para o Mário Machado porque é que não funciona para o pessoal corrupto e criminoso que anda por aí? Ah, pronto, são inocentes porque ainda não foram a julgamento. É a resposta progressista do regime.

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