De qualquer forma, esta tendência não poderá ser dissociada do facto de o Governo ter introduzido, em 2013, alterações ao regime de controlo e divulgação das subvenções.Pela mão do ex-secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, entrou nesse ano em vigor um diploma que veio alargar o número de entidades públicas obrigadas a declarar estes apoios. Passaram, por exemplo, a estar abrangidas as autarquias, as empresas públicas e os reguladores, quando antes a lei se cingia aos serviços e organismos da administração directa do Estado. Por outro lado, o universo de subvenções também foi dilatado, passando a estar abrangidas verbas que antes estavam excluídas, como os benefícios fiscais ou as garantias pessoais do Estado. Outra alteração importante foi a redução do tecto mínimo a partir do qual o apoio tem de ser declarado, que passou de três anualizações do salário mínimo nacional para apenas uma.
Quer isto dizer que 2012 e 2013 têm definições diferentes do que é uma subvenção e requisitos diferentes de declaração das mesmas, logo não podem ser números comparáveis, logo não faz sentido dizer que houve um aumento porque nós não sabemos o valor que 2012 teria, se as regras de 2013 tivessem sido aplicadas. Só sabendo isso é que nós poderíamos concluir que tinha havido um aumento. Não sabendo o valor de 2012 pelas novas regras, não podemos concluir absolutamente nada relativamente à tendência do valor das subvenções. Mas podemos concluir, sem sombra de dúvida, que há gente incompetente a trabalhar em jornais.
E também que há gente demais a papar subvenções!
ResponderEliminarSe a comunicação social fosse melhor do que isto, serviria o propósito pelo qual tem protecções na nossa Constituição e defenderia os interesses dos cidadãos. Teria sido muito mais útil um artigo a descrever algumas das subvenções absurdas que existem ou a falta de mérito dos seus recipientes, em vez de se escrever um artigo que induz os leitores em erro.
EliminarEsta lista está com mais de 1 ano de atraso e mesmo assim não veio completa? Falta os nomes de muitas instituições de solidariedade assim como empresas privadas? O registo é que com estas últimas o aumento foi na ordem dos 130%
ResponderEliminarFaz-me lembrar quando o Público noticiou a taxa de divórcio (que é calculada dividindo o número de divórcios pelo número de casamentos e multiplinado por 100 - isto é, em cada ano acontecem X divórcios por cada 100 casamentos realizados nesse mesmo ano. Até pode haver mais divórcios que casamentos num determinado ano, elevando essa taxa acima de 100. Queria ver como é que o Público noticiava isso.
ResponderEliminarEm 2013 essa taxa foi 73, ou há volta disso. O Público titulou "73 casamentos em cada 100 terminam em divórcio". O que, mesmo que fosse verdade, seria difícil saber, porque um casamento só termina de duas maneiras: em divórcio ou em viuvez. A única maneira de saber isso era comparar os divórcios com os óbitos de pessoas casadas, mas acho que o jornalista não se deu a tanto trabalho. Na verdade, leu apenas mal a estatística.
Nuno, esse "há volta" é erro - escreve-se "à volta". Não precisa publicar este comentário. O que convém é emendar.
EliminarNão dá para emendar comentários, apenas posts. Obrigada pela correcção.
EliminarObrigado pela correcção, Tiro. Foi um erro muito estúpido, realmente.
EliminarObrigado pela correcção, Tiro. Foi um erro muito estúpido, realmente.
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