Eu fiquei um bocado parva quando li a coisa dos três mil milhões de anos. Como é que se calcula uma coisa destas? Só usando uma distribuição probabilística teórica é que isto acontece. Notem o contexto disto: o homem existe há, talvez, sete milhões de anos e, em 2014, saiu-nos a sorte grande na variação dos yields dos certificados de tesouraria americana, um país que foi fundado em 1776. Se o evento não tivesse acontecido, continuaríamos a presumir que a probabilidade teórica é uma boa indicação de risco?
Pergunto-me como é possível estes bancos enormes, que têm dinheiro para comprar bons cérebros, continuarem a invocar os resultados de distribuições teóricas, quando foi exactamente essa uma das causas da má gestão de risco que nos levou à crise de 2008. Não seria melhor presumir que a probabilidade deste milagre nas yields dos certificados de tesouro seria muito mais alta do que a distribuição teórica indicava? OK, OK, talvez no contexto da idade do universo isto faça mais sentido, especialmente porque muitos dos cérebros de Wall St. vêm das ciências duras e dizem sempre que nós, economistas, temos uns modelos fraquitos.
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