A piada que circulava entre os estudantes de mestrado/doutoramento era que a tese não iria ser lida por mais ninguém. No entanto, os alunos que eram mais cuidadosos poderiam contar com a sua tese servir de referência para o estilo de como escrever uma tese. Por acaso, a minha universidade era extremamente exigente na consistência de estilo do trabalho (tínhamos de submeter dois rascunhos antes da versão final) e até havia, e há, guias de estilo e workshops para os estudantes compreenderem o que era esperado e aceitável. Mas, a meu ver, era preciso ter uma referência mais exaustiva, logo eu fui a única aluna no departamento, durante o meu programa, que se deu ao trabalho de comprar um livro de estilo, o da Kate Turabian, sexta edição. Quando havia questões acerca do estilo, os outros alunos perguntavam-me ou consultavam o meu livro.
Após terminar a tese, aquilo ia para a encadernação. Os alunos pagavam por duas cópias: uma para a biblioteca da universidade e outra para o orientador. Nós não tínhamos direito a nenhuma cópia--uma grande injustiça, dado que nós éramos estudantes pobrezinhos e super-stressados. O meu orientador, que era, e é, muito simpático, quando soube que eu não teria uma cópia, deu-me a dele. Depois da tese estar disponível na biblioteca, era tradição entre os estudantes ir lá e enfiar uma nota de dólar na nossa tese. Depois, mais tarde, muitas vezes anos depois, ia-se à biblioteca e abria-se a nossa tese para ver se alguém tinha tirado o dólar, o que seria indicação de que alguém teria usado a tese como referência. Claro que algum espertalhão poderia apenas ter lá ido e tirado o dinheiro, mas nós queríamos acreditar que aquilo tinha tido algum uso...
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