sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Gargalhadas terapêuticas

Tenho andado distraído e por isso só hoje tive conhecimento da declaração de Catarina Martins sobre o seu plano para o serviço nacional de saúde. Diz a simpática líder bloquista que prefere um cirurgião risonho, que saiba dar uma gargalhada, a um cirurgião competente. Confesso que também eu gostaria que os médicos fossem todos simpáticos, os enfermeiros e as enfermeiras, o pessoal auxiliar, etc., e, já agora, a humanidade em geral. Espero que a dra. Catarina Martins não me leve mal, e peço desde já desculpa por qualquer ofensa, eu até a acho muito risonha, capaz de dar gargalhadas e tudo, mas jamais aceitaria que me operasse. Para operações, já basta a que estão a fazer a Portugal, com imensa simpatia e gargalhadas, é certo, mas, pelos vistos, sem grandes preocupações com a competência. É que eu não me contento com as gargalhadas dos outros quando as dores me apertam.

18 comentários:

  1. "Diz a simpática líder bloquista que prefere um cirurgião risonho, que saiba dar uma gargalhada, a um cirurgião competente."

    Ela disse isso? De qualquer forma, isso em Portugal não é problema. Para um aluno entrar em medicina é preciso ter notas quase perfeitas. Não deve haver nenhum outra área onde haja estudantes tão bons a fazer exames.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Disseste exames, LAC! Quanto queres apostar que a CM irá tentar abolir os exames de entrada a medicina? Achas que os alunos de medicina são qualificados no que diz respeito ao riso? Pelos parâmetros de CM, eles são desqualificados; muitos até têm ataques de ansiedade, pelo menos era o que uma amiga minha tinha...

      Eliminar
    2. disse, disse exames. Para entrar em medicina é preciso ter uma média superior a 18 valores com exames a mistura. Independentemente de achar um disparate a forma como aboliram os exames da 4ª classe (disparate semelhante à forma comoos criaram, diga-se), não consigo perceber como é que esses exames de 4ª classe são essenciais para a formação dos nossos médicos.
      Mas gostava mesmo de saber o que Catarina Martins disse. Tens o link?

      Eliminar
    3. Eu meti no DdD o tweet da CM: http://destrezadasduvidas.blogspot.com/2015/12/estou-revoltada.html.

      O exame da quarta classe é praticamente irrelevante para os miúdos; mas seria uma boa ferramenta para o Ministério da Educação ver em que área do país havia mais problemas de aprendizagem, quais escolas deveriam receber mais apoio, etc. Julgo que o problema não é os miúdos; é os exames poderem ser usados para avaliar professores.

      Em termos de avaliação do progresso de aprendizagem, a quarta classe seria uma altura interessante para se efectuar um exame porque no quinto ano os alunos têm um método diferente de ensino, com disciplinas especializadas e muitos mais professores. Mas tudo isto devia ter sido avaliado por profissionais da educação, usando dados concretos, que era a forma ideal de se tratar um tema tão importante para a luta contra as desigualdades sociais.

      Eliminar
    4. É por o exame poder ser útil para avaliar as escolas que achei francamente mau a forma como acabaram com eles, sem sequer sabermos o que o ministro da educação pensava sobre o assunto.
      Eu vi o teu 'post', mas eu estava mesmo curioso saber o que disse a Martins sobre os m+edicos fazerem exames de 4ª classe.

      Eliminar
  2. Luís, partiu deste artigo no Esquerda.net.
    http://www.esquerda.net/opiniao/6-razoes-para-acabar-de-vez-com-os-exames-do-basico/39848

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigado! Fui ler, passo a citar:
      "Perguntaram-me se eu quereria ser operada por um cirurgião que em vez de testado na escola tenha sido feliz na escola. Não tenho nenhuma dúvida; quero que tenha sido feliz, porque se aprende melhor quando se é feliz a aprender."

      Portanto, ela não diz que prefere um feliz a um competente. O que ela diz que é que um estudante feliz tem mais condições para ser competente. O que +e radicalmente diferente. Um pouco infantil, é certo. Aliás, bastante infantil, mas já não é puro nonsense.

      Eliminar
    2. Se eu dissesse o que ela disse, caías-me em cima, LAC! Em primeiro, qual é a correlação entre as medidas que ela advoga e a felicidade dos cirurgiões? Em segundo, ser testado na escola e ser feliz na escola não são eventos mutuamente exclusivos. Ela não estudou diagramas de Venn na escola ou estava ocupada a tentar ser ignorante para ser feliz?

      Eliminar
    3. Rita, o meu nome é LA-C!
      Acabei de dizer que ela foi muito infantil. Achas que não lhe estou a cair em cima?

      Eu estava a responder ao post que que a líder bloquista prefere um "cirurgião risonho, que saiba dar uma gargalhada, a um cirurgião competente". E estava a achar isto nonsense, o que é diferente de infantilóide.

      Eliminar
    4. Sorry, LA-C. Eu sou economista, optimizo o número de batidas no teclado.

      Eliminar
    5. Escreve A-C, então.
      Sabes que eu adoptei profissionalmente o hífen, como fazem muitos académicos espanhóis, e depois afeiçoei-me.

      Eliminar
    6. Eu sou preguiçosa, mas tu já me devias ter corrigido há muito tempo. Eu já abuso do teu nome há meses!

      Eliminar
  3. (...)
    ESPERO QUE NO ENSINO BÁSICO NÃO SE TENHA LIMITADO A TREINAR PARA FAZER EXAMES; que tenha aprendido as bases de que se faz o conhecimento todo e saiba usá-lo nas situações mais inesperadas e que nenhum exame pode prever. Que saiba a Física necessária para gostar do "Universe is expanding" dos Monty Phyton
    [https://www.youtube.com/watch?v=nQPlFLtWDwM],
    a História para perceber "a explicação sobre a origem da guerra do Blackadder",
    [https://vimeo.com/29598334],
    a Filosofia para querer ouvir várias vezes o folclore do Ricardo Araújo Pereira
    [https://www.youtube.com/watch?v=0VZXVLMBBm0]
    (...)»
    (idem)

    ResponderEliminar
  4. Pois, parece que não reproduzi a ideia exacta da dra. Catarina Martins. De qualquer maneira, não me parece que ande longe. Ela diz que prefere um cirurgião que tenha sido feliz a um que tenha sido testado na escola. Acha, portanto, que se pode aprender e ser bom cirurgião sem ser testado, basta ser feliz e saber dar gargalhadas - o título do seu texto é "Eu quero um cirurgião que saiba dar gargalhadas". Isto continua a ser pura idiotia.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu penso que se trata de uma argumentação, essencialmente, infantil. Para boas argumentações contra o exame da 4ª classe basta ler o que se escreveu na destreza sobre o assunto. Devíamos mandar os links à catarina martins.

      Eliminar
  5. É, o que ela disse (ou escreveu) tem sido muito distorcido, efectivamente. Mas é tão infantilóide que estava mesmo a pedi-las.

    ResponderEliminar
  6. Queiram desculpar que veja por aqui alguma desactualização sobre esta matéria ... É que as frases soltas de Catarina Martins sobre a Felicidade são bem perceptíveis à luz de vários ECONOMISTAS e psicólogos cujos trabalhos foram validados pelos seus pares. Quem quiser aprofundar poderá ver se existe diferença fundamental nas infâncias dos empresários e dos administradores nos EUA, se as mulheres americanas da actualidade são mais ou menos felizes que há 30 anos e se, no mesmo período, a felicidade dos homens evoluiu da mesma maneira que a das mulheres no mesmo espaço.

    ResponderEliminar

Não são permitidos comentários anónimos.