terça-feira, 10 de maio de 2016

Os Salazaristas

Gostaria de publicamente expressar o meu descontentamento com o leque de escolhas das cores do iPhone 6 da Apple: só há quatro. Acho mal! Há pessoas cuja cor preferida não está representada neste leque e a Apple, uma empresa privada americana, mas que mais parece saída da ditadura salazarista, viola a liberdade de escolha dos consumidores. Espero bem que o próximo governo americano obrigue a Apple a oferecer mais cores, mesmo que os contribuintes americanos tenham de pagar pela tinta.

10 comentários:

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    1. Eu também gostaria que houvesse escolas todas pintadas de púrpura, que era para os fãs do Prince terem essa opção.

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  2. Concordo que não se trata de uma questão de escolha, mas sim de racionalidade económica.

    O Governo indicou agora que o custo de uma turma é de 54.000€ (2 professores durante um ano).
    A estes 54.000€ dever-se-iam somar os restantes custos variáveis, mas não deverão ser muito significativos (eletricidade, giz, manutenção, etc.), e assim só quando não houver capacidade disponível valerá a pena fazer contratos de associação por 80.000€.

    Com o mesmo critério, sempre que a construção de novas salas custar mais do que 26.000€ por ano e haja capacidade disponível em escolas privadas, o estado deveria optar por contratos de associação.

    No entanto a melhor opção seria o estado atribuir um Cheque-Ensino com valor de 200€ por mês a cada aluno que frequente o ensino obrigatório (valor mensal equivalente aos custos variáveis), e estes escolheriam a escola a frequentar.
    Este valor poderia ser inicialmente muito inferior e aumentar gradualmente para não causar demasiados transtornos ao mesmo tempo.
    O Governo também teria que, paralelamente, avaliar as escolas privadas e garantir que prestam os serviços mínimos que a Rita já referiu.

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  3. E não é que a lei de Godwin se aproxima a passos de gigante?

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    1. Disseram que eu era salazarista, pois, aparentemente, não sou a favor da existência de escolhas e dizem-me que, havendo escolas privadas, maximiza-se a escolha dos consumidores. Os mercados são fantásticos: maximizam as escolhas sempre...

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  4. Boa tarde,
    Não leve muito a peito a caracterização de salazarista.
    Foi dos poucos Portugueses que só gastou o que sabia poder gastar.
    No entanto tem sempre a escolha de comprar o iPhone e pintá-lo com a cor que quiser. Essa a parte do mercado que é fantástica.
    Compre o aparelho que quiser.
    Pinte-o com as cores que quiser.
    Se não quiser pintar, troque as capas, faça capas, calhando, vende as capas que fizer, ainda ganha dinheiro...
    Mas, evite só poder ter um iPhone que tenha a cor de prata, porque só existe essa cor e o governo não autoriza que se troque a cor.

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  5. A lei de Godwin, não era para si Rita, mas sim para quem lhe chamou salazarista (tive preguiça de ir à procura da primeira referencia, além de que nestas coisas, um comentário num post de ontem é pré-história)
    Onde acho que a Rita se perde é no fundamento da discussão. Ela não é económica mas sim ideológica. O argumento económico permite clarificar opções relativamente similares, mas não resolver princípios ideológicos de base (a fé do mercado livre, a convicção no papel do Estado, etc.). O pressuposto ideológico comanda o raciocínio económico. Eu, pessoalmente não tenho problema com isso. That's life. Mas há quem tenha e prefira partir do pressuposto que os de esquerda são idiotas (à excepção do Luís Aguiar Conraria) ou que os de direita são uns privilegiados ressabiados. E há quem lhes dê corda :-)

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    1. Sim, concordo perfeitamente: é ideológica, não tem fundamento na teoria económica.

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  6. Pois, o problema está precisamente aqui, em ser ideológica. E, como em tudo onde a ideologia existe e se deixa que ela exerça a sua influência, só por bambúrrio de sorte sai alguma coisa de jeito. A discussão não é entre duas formas de alcançar um mesmo fim. A discussão é entre dois caminhos que levam a fins diferentes. É certo que uma educação de excelência para todos seria incomportavel do ponto de vista económico. Daí que o certo seria ver o que de melhor pode fazer-se com o dinheiro disponivel e devia ser este o princípio a nortear a acção. Nisto como em tudo, de resto.

    Não sou professor nem nunca trabalhei em funções ligadas à educação e nem sequer tenho filhos. A educação, porém, é tema ao qual sou muito sensivel. É a chave, a grande chave, para a emancipação dos individuos, para a sua liberdade e para o progresso das sociedades. Ao longo disto tudo tenho lido por aí questões de dinheiros, a comparar o custo por aluno aqui e ali. Agora aparece nesta conversa - enfim, o pano de fundo de tudo isto é ideológico, evidentemente, mas aqui no DdD vinha-se evitando passar por aí - a ideologia que só inquina ainda mais o assunto. E eu dou por mim a perguntar onde fica a educação no meio disto tudo?

    O que quer a sociedade afinal? Um depósito de jovens ou um sítio onde efectivamente aprendam capazmente o que devem aprender para, em adultos, poderem exercer uma profissão? Se calhar estas é que são as fundações da casa e daqui é que pode partir-se então para tudo o resto, desde os curriculos às avaliações, aos professores e a sua qualidade, à forma de operação das escolas e, em geral, a tudo o que está envolvido no efectivo ensino das gerações futuras.

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