Quanto à questão de analfabetismo ser uma escolha, efectivamente é uma escolha possível na teoria económica porque em economia não há juízos de valor. Os juízos de valor são introduzidos pelas preferências da sociedade. Há sociedades onde o analfabetismo é legal, assim como há sociedades onde a prostituição é legal, e outras onde a pena de morte é legal. Tudo isto são escolhas legítimas em economia, e encontram-se em muitos sítios do mundo e em alturas diferentes. À medida que as sociedades evoluem, mudam também as escolhas que fazem, e algumas das opções são rejeitadas. Acho que qualquer economista concorda com isto.
Não defendi o analfabetismo; apenas disse que não se pode falar em liberdade completa de escolha na educação; depois dei os requisitos de uma liberdade completa. Falar em liberdade de escolha absoluta não faz sentido pois nós temos um leque de escolhas mais limitado do que o que haveria com liberdade total. Resta-nos então decidir como alocar os recursos entre privado e público, mas as soluções que à partida estão rejeitadas são as seguintes:
- um sistema de educação que minimiza o custo, mas não garante um nível de qualidade mínimo
- um sistema de educação 100% público
- um sistema de educação 100% privado, sem ajuda do estado.
Não posso deixar de admirar a tua paciência, Rita.
ResponderEliminarÉ no que dá fazer doutoramentos em problemas ambientais: temos de estar preparados para defender o nosso trabalho em tribunal.
EliminarEu não tenho um doutoramento em problemas ambientais, mas tenho o mesmo problema, de qualquer modo. O Jorge Costa provavelmente descrever-me-ia como um economista ainda por cima sem doutoramento.
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