quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Version 2.262

A sucessão de notícias de Portugal é, no minímo, intrigante. É como se estivessemos no ínicio da pandemia, quando estamos a celebrar o primeiro aniversário que chegou à Europa. Depois de todos estes meses, descobrimos que não há qualquer tipo de preparação. Já se sabia que o inverno ia ser difícil e era lógico prever que a época natalícia seria particularmente arriscada, logo alguém minimamente competente, faria uma campanha de sensibilização, controlaria o número de pessoas no espaço público, acompanharia os dados e delineava um plano de acção consistente com os mesmos em que tudo fosse guiado pela ciência, em vez de ser guiado por considerações políticas.

Na minha opinião devia-se ter permitido alargar o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e impor números máximos de entrada para assim reduzir o número de contactos entre as pessoas. E até faria sentido reduzir os horários de trabalho para 6 horas por dia e permitir às empresas ter vários turnos consecutivos. Para além de salvaguardar a saúde, também tinha de se defender a economia; era uma oportunidade de ser inovador, de aprender com os erros de outros países, e tentar fazer melhor para salvar a vida dos portugueses e poupar os poucos recursos do país.

Em vez disso, o governo tem medidas avulsas, inclusive reuniões extraordinárias para decidir se fecha escolas. Como é possível ser necessário uma reunião extraordinária? Não fizeram um plano de acção para preparar o país para contingências deste tipo? Se calhar esqueceram-se de encomendar o milagre, pois passaram meses a fio a vangloriar-se de como estavam preparados, eram competentes, estavam a fazer tudo o que era possível. Não fizeram nada.

Pela boca morre o peixe, e está mais do que visto que este peixe não só está morto, como já cheira muito mal.

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