quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Apertar o cinto

Durante uma conversa com um amigo meu, calhou falar na necessidade de os europeus apertarem o cinto, o que o meu amigo achava não ser difícil porque já estão habituados. Até podiam não fazer férias. Não sou tão optimista pela simples razão de os europeus já andarem a apertar o cinto há muitos anos e, mesmo assim, necessitam de se endividar e continuar a apertar o cinto cada vez mais. Depois há a agravante de o apertar o cinto ser cada vez mais difícil. Se se aperta muito, começa-se a partir alguns ossos.

Uma forma de apertar o cinto é pela imigração, pois acaba por reduzir os salários praticados no país para onde se emigra, o que permite produzir bens e serviços a custos mais reduzidos. Quem emigra recebe melhores salários do que no país de origem e quem vive no país receptor é beneficiado pelos custos mais baixos das coisas. A teoria é gira, mas a prática é mais complexa; no entanto, os ingleses são seres supimpas e fizeram o favor de ilustrar o conceito com o Brexit.

Mesmo assim, há sempre o receio de que estas coisas na Europa alimentem os nacionalismos e a instabilidade social e a paz que tem havido não perdure muito mais. Nota-se que a geração actual não tem grande conhecimento do preço da paz. Esse também foi outro tópico que falámos: ignora-se bastante a história e mesmo em termos de ensino, a qualidade do conteúdo está desactualizada.

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