No Reino Unido, o McDonnald's parece ter oferecido a resposta conclusiva ao problema da separação de género na atribuição do brinquedo do happy meal. No restaurante em Londres onde fui, o pacote do happy meal foi-me entregue fechado, com o brinquedo dentro. O brinquedo, por sua vez, vem fechado num saco preto, sem descrição, não havendo possibilidade de ver o que está dentro sem o rasgar primeiro. E assim o empregado do restaurante não pergunta, e o cliente não escolhe, qual o brinquedo que prefere. Perguntei e confirmei que é sempre assim: o próprio empregado não faz a mais pequena ideia de qual o brinquedo que é atribuído ao cliente. Os brinquedos, já agora, são bonequinhos andróginos, praticamente sem rosas ou azuis.
Não é exatamente esse o objetivo deste post, mas esta minha viagem ao McDonnald's fez-me pensar na relação dos ingleses com aquilo que é americano - que merece um post, ou vários, à parte. A última vez que fui a um McDonnald's foi já há uns meses, depois de uma bem regada despedida de um colega do sítio onde trabalho. À saída do pub, e por sugestão minha, eu e um outro colega decidimos ir ao McDonnald's, porque era tarde e não havia mais nada aberto ao pé de onde estávamos. Reparei que o meu colega não tocou praticamente no hamburguer. Perguntei porquê. Ele explicou-me que a única vez em que tinha ido ao McDonnald's tinha sido há 20 anos, em S. Francisco, e que não se lembrava que a comida era tão má. Tudo nesta história é delicioso, menos a comida. O facto de ele ter ido ao McDonnald's nos EUA - como se fosse algo típico, a que só vale a pena ir na localização original -, o facto de não ter lá voltado em vinte anos - porque haveria de fazer isso no seu próprio país, quando há alternativas que, na ótica dele, são tão melhores? -, até ao desprezo educado com que tratou o hamburguer. Há mais parecenças entre os ingleses e os americanos do que aquilo que os primeiros costumam admitir, mas as diferenças são dos traços mais interessantes na cultura deste povo.
Lamento nao poder contribuir para esta interessante questao de genero mas acabei de passar por um mcdonald e segui em frente para o Selfish onde me sentei a comer um hamburger de atum. Que ja foi melhor.
ResponderEliminarDe atum?! É em Portugal?
EliminarTemos de mostrar este relatório a João Miguel Tavares (jornalista) e a Miguel Sousa Tavares (comentador de futebol falado) :-)
ResponderEliminarO MST faz-me muito lembrar aquela citação do G. Marx: "estes são os meus princípios. Se não gostarem, tenho outros". Mas, no caso dele, é ao contrário. "Estes são os meus princípios. Se gostarem, tenho já aqui assim outros contrários".
EliminarJá Churchill dizia que ingleses e americanos são povos irmãos separados por uma língua comum.
ResponderEliminarOs americanos, de um modo geral, têm melhor conceito dos ingleses que vice-versa. Curiosamente, no caso Portugal-Brasil acho que ocorre o inverso.
Os americanos que conheci são naturalmente enviesados, porque conheci-os na Europa (nunca fui aos EUA). Tenho a ideia, no entanto, que os americanos acham os ingleses muito excêntricos, assim patuscos que continuam a achar que mandam e tal. Já os ingleses, pelo menos aqueles com quem me dou, têm uma tendência para desprezar a cultura americana, apesar de a cultura deles ser bastante mais parecida do que parece.
Eliminar