15. Que pressentimento teve a mulher que se levantava
cedo para tratar das lides domésticas?
O que seria aquela sensação
desagradável? Por que razão tremia quando levantava os olhos para a colina com
o seu castelo? O que poderia provocar-lhe calafrios num dia de sol? Como se
explica que tremesse? Que entornasse o chá? O que vira o estrangeiro sequioso e
aterrado que queria contar a sua história? O que o levava a beber, por que
tinha a garganta como cinzas? Quem era? Por que tremia também e entornava
também os copos cheios que tentava levar à boca? Contava a sua história porquê?
Que introdução aos factos aterradores seria essa história? O que tornava
necessário falar do seu pai, da sua mãe, do seu avô, da sua família, antes
mesmo que viesse a existir? O que o movia a falar sequer? O que procurava pela
região? Encontrou isso que procurava ou não? Era o que viu e ouviu isso que
procurava e encontrou? Se fosse, porquê procurar algo assim? Porquê querer
encontrá-lo? O que esperaria que acontecesse ao encontrá-lo? O que iria fazer
depois? Por que levantou os olhos um pouco abaixo dos céus um aldeão? Por que
razão passaram do demo ao castelo as mentes sedentas de explicações dos
aldeões? Por que se sentava à parte de quem se cala a ouvir a história do
estrangeiro o homem que joga dominó sozinho? Quem era? Por que razão jogava
dominó? Sem tirar os olhos das peças com que vai jogando? O que via quando olhava
fixamente para as peças do dominó? O que não queria ver quando fixava os olhos
nas peças de dominó? O que tinha feito dele um patrono desagradável? Por que
razão não falava? O que queria que ninguém percebesse a rapariga que desceu do
comboio? E porquê? Por que se escondeu na multidão que enchia a plataforma?
Mais uma vez, porquê? Quem era? Que perguntas queria fazer às testemunhas? Que
tinham testemunhado estas? Porquê um mundo subterrâneo para elas? Porquê a
relutância em testemunhar, sendo testemunhas? Prefeririam nada ter
testemunhado? Por que não dormiam, por que se arranhavam? O que lhes drenara a
vontade de ver? De ir estrada fora? De conversar com quem se cruzassem? Porquê
as bocas lívidas? Porquê uma só palavra? Porquê uma só palavra sem mais
explicações? Porquê uma só palavra a tantas perguntas que lhes foram sendo
feitas durante tanto tempo? Como podiam todos dizer a mesma palavra? Onde
ficava Zselyk? Qual é a floresta que a rodeia? Quantos dias são necessários
para atravessá-la? Há lá plantas venenosas? Que animais vivem nela? São
perigosos? Quem é o proprietário da mina? Para quem trabalham os mineiros?
Quantas horas por dia? Quantos são? O que retiram da mina? Como podia um
castelo no alto de uma colina torná-la sinistra? Quem o habitava? O que
queremos saber com todas estas perguntas? Porquê?
As derradeiras perguntas, são mais importantes...
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