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quinta-feira, 31 de março de 2016
Intercalação: o quê
Quando somos pequenos, aprendemos que o quê tem o som do quá-quá dos patos.
Assim, espera-se, não viremos a confundir o quê com o cê, que por vezes também tem o som do quê mas não é um quê e nada tem a ver com patos; e ficamos a saber que a um quê se segue sempre um ú, ainda que o cê seguido de ú também tenha o som do quê, como acontece com a curiosidade ou com a cúria ou com o culpado. Mas o ú que se segue ao quê é um ú por vezes mudo, como na queratina e no queijo e na quilha, e por vezes sonoro, como na qualidade e no quórum e na quadra, e também isto nada tem a ver com patos. Quadrirremes quiméricos e quixotescos quintuplicam quiromantes e quirógrafos quinzenalmente quando querem os químicos e os quinquilheiros quietos e nesta frase não entrou um único pato. Os quês têm mais a ver com os quilúbios, que são aves pernaltas de África e os quês também são pernaltas ainda que não sejam aves e não sejam só de África. Mas quando somos pequenos não conhecemos os quilúbios nem os sons que fazem os quilúbios, e temos que nos contentar com patos que fazem quá-quá como o som dos quês, ainda que nada mais tenham a ver com eles.
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