domingo, 17 de abril de 2016

Crepúsculo

A última vez que vos escrevi, fartei-me de chorar e, como escrevi antes de me deitar, devo ter chorado enquanto dormia, porque acordei um bocado murcha e chorei outra vez. Isto de se perder o segundo cão da nossa vida é uma grande merda. Notem: a Stellinha é cão e dog, não é cadela, nem bitch, obviamente, senão eu parto para a violência convosco: "bofetadas, anyone?" É como aquelas "actresses" que querem ser levadas a sério e dizem que são "actors".

Então, para além da choradeira, fiz a cobertura do Brasil para a chefinha ainda antes de sair da cama, fui comprar vasos e plantas, andei na jardinagem, e ajudei o meu aluno de mestrado em Portugal com a sua dissertação. (Pois é, tenho um aluno de mestrado -- eu vou a todas. Um amigo meu disse-me uma vez que eu até canso porque jogo em todas as posições do campo. You only live once, darlings...)

Tinha planos para ir jantar fora, mas não se concretizaram, o que acabou por ser bom, pois tinha-me esquecido que havia uma costeleta de porco temperada com vinho tinto, louro, alho, e s&p, e o ideal era ser preparada hoje. Enquanto preparava o jantar, e pensava em ver um filme, recebi um SMS do meu amigo Tim com uma fotografia. Foi a Seattle, no estado de Washington e, enquanto visitava uma praia numa reserva índia, enviou-me uma foto a dizer que estava num sítio onde havia muitos despojos de madeira -- "driftwood"! E depois enviou mais fotos...

Já viram que coisa mais estranha? Ainda ontem eu vos falei de "driftwood", pela primeira vez, até comprei o candeeiro, e hoje recebo fotos e mais fotos cheias de despojos. Nunca na minha vida me tinham enviado fotos com despojos na praia. O Tim nem sabia que eu gostava. A última foto que ele me enviou foi do pôr-do-sol em La Push. Reconhecem o nome? É um dos sítios onde se desenrola a acção da série de livros da Stephanie Meyer, Crepúsculo, ou Twilight. (Li esses livros todos -- foi terapêutico, mais do que literário, mas não vos posso contar essa história. Nunca consegui ler mais do que o primeiro livro das "Cinquenta Sombras de Gray" e cheguei a pensar que ia morrer de tédio; terminei porque queria ver que raio é que excitava tanto as mulheres. Decididamente, posso ter um corpo com mais curvas do que o Autódromo do Estoril, mas não tenho cabeça de gaja. Não percebi o apelo...)

Para terminar, falta dizer que os meus amigos estragam-me com mimos. No sei o que fiz para merecê-los, mas tenho os melhores amigos do mundo: recomendam-me música, levam-me a concertos no meu aniversário, enviam-me poemas, livros, fotos, meias coloridas, louça da Bordallo Pinheiro, postais, coisas de Portugal, quadros de meio-ponto e pantufas de crochet, que me fazem à mão, aturam-me nas férias, avisam-me quando há tempestades a aproximarem-se de mim, telefonam-me durante as minhas longas road trips, ficam comigo ao telefone até de madrugada para me ajudar a encontrar o caminho para casa quando Houston fica inundada, e até me telefonam durante os concertos do Prince para eu ouvir em directo. Sou uma absoluta privilegiada -- não tenho qualquer dúvida.

Mas não sintam muita inveja: hoje, Domingo, tenho de trabalhar o dia todo porque na Segunda-feira tenho de ter umas previsões feitas. Não há bela, sem senão...

P.S. Vi o filme "The Holiday" da Nancy Meyers, um "chick-flick". Chorei outra vez! (Um dia destes, conto-vos o episódio da Chorona.)


Quase que parece uma escultura...


Outra coisa que adoro: "river rock"


Crepúsculo em La Push

(Todas as fotos acima tiradas por Tim Martin e publicadas com a sua permissão)


O candeeiro novo da Stellinha -- é mais giro ao vivo...

6 comentários:

  1. Inveja?!
    Isso é para os pobres de espírito!
    Abraço grande.
    ;)

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    1. Tu foste a primeira amiga do coração. Adoro-te, Paulinha...

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  2. Esse candeeiro é bem bonito!
    Não sabia que no Target vendem coisas tão boas.

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    1. Quando eu terminar o email que comecei para ti, vou dizer-te que a Liberty of London fez uma parceria com a Target há poucos anos. A Target é também conhecida por Tar-jay (diz com sotaque francês).

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  3. Portanto, Rita, és aquilo que, naquele desporto dos desportos chamado cricket, se designa por "all-rounder".

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  4. Apondo uma assinatura são peças de arte "Ready Made", e melhores que as vendidas sob esse nome.

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