quinta-feira, 14 de abril de 2016

Expliquem lá isso melhor...

De acordo com o Correio da Manhã de hoje, o Ministro Vieira da Silva anunciou no Parlamento que em 2015 foram pagos €200 milhões indevidamente em subsídios de desemprego e abonos de família. A parte do subsídio de desemprego até não acho impossível que haja erros num ano porque o desemprego é uma situação temporária e há muito boa gente que faz uns biscates pelo lado.

Mas a parte do abono de família não consigo engolir. Como é que o dinheiro foi pago? Eram crianças que não existiam, mas que receberam? Ou será que os pais disseram que tinham baixos rendimentos, mas afinal ganhavam melhor do que diziam? E porquê só em 2015? O que há de especial nesse ano que despoletou tanto erro? Porque é que não investigaram anos anteriores?

Parece-me sinal de incompetência descobrir um erro deste tamanho num ano e não investigar os anos anteriores. Expliquem lá melhor a lógica da coisa para ver se nós compreendemos melhor.

6 comentários:

  1. Claro que isto há-de ser uma excepção. Mas é engraçada:
    http://www.dn.pt/sociedade/interior/casal-inventou-filho-para-receber-apoios-e-casa-5119803.html

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    1. Pois é engraçado porque em Portugal não é normal crianças nascerem em casa e, como nascem em hospitais e as mães são acompanhadas enquanto grávidas, deixam um rastro que deveria ser bastante visível. Se o estado não faz referência cruzada de dados, é porque os funcionários públicos que tratam do assunto são incompetentes.

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    2. Rita, o Estado legalmente não pode cruzar dados (até dá um xilique à Comissão Nacional de Protecção de Dados!).

      Daí, por exemplo, o abono de família não ser automático e ter que ser requerido pelos interessados, que têm de apresentar declarações de rendimento e identificativos do agregado familiar.

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  2. Talvez simplesmente esses números sejam descobertos todos os anos (mais milhão, menos milhão), e o ministro disse o número mais recente?

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    1. Não me parece, pois se isso fosse uma coisa assim tão normal, não seria notícia, faria parte do ciclo normal de funcionamento. E ele só mencionou este ano, não relacionou o tamanho do problema com o de anos passados.

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    2. Mas a notícia não são os pagamentos indevidos (isto é, é a notícia, mas apenas porque o jornal escolheu isso para título) - é o anúncio das novas regras (foi por isso que o ministro foi ao parlamento, sendo a referência a esses 200 milhões de euros um entre vários assuntos)

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