segunda-feira, 29 de agosto de 2016

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Na NPR, na sexta-feira, a inventora do burkini foi entrevistada e dizia que tinha inventado a peça porque lhe apetecia ir nadar, mas queria preservar a sua modéstia. As primeiras clientes do burkini não foram mulheres muçulmanas, foram mulheres ocidentais que precisavam de se proteger do sol forte da Austrália; demorou bastante tempo até o burkini penetrar no mercado muçulmano.

Há dois dias, no The New York Times, um artigo foi publicado com o título "From Bikinis to Burkinis: Regulating what Women Wear". Uma foto a preto e branco mostra uma mulher em bikini a ser multada por um polícia francês em 1957. O ponto de vista do artigo é o de que os homens têm a mania de controlar o que é aceitável no corpo de uma mulher. Por exemplo, é mencionado que nos anos 80, as empresas americanas ainda tinham códigos de roupa extensos para as mulheres e curtos para os homens -- mesmo nas empresas onde trabalhei havia isso. O artigo termina falando de Vanessa Lourenço, uma brasileira, não-muçulmana, que é uma das designers mais reconhecidas do burkini.

No Sábado, quando fui à pedicure, na TV local passavam imagens de mulheres muçulmanas a ser assediadas nas praias francesas. Hoje o burkini está em destaque na Bloomberg, onde a última op-ed do Leonid Bershidsky explora alguns aspectos da sociedade francesa, como uma canção de George Brassens de 1952 acerca de como as boas gentes tratam quem não se conforma com o status quo.


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