segunda-feira, 5 de maio de 2014

Voting Advice Application

O Instituto Europeu Universtário acabou de lançar uma VAA pan-europeia (Voting Advice Application), o euandi. Trata-se de um projecto com 120 colaboradores dos 29 estados membros. Em 2009, o projecto então chamado EU profiler teve mais de dois milhões de utilizadores em apenas três semanas. Este ano estão confiantes que ultrapassarão essa marca.
Se as próximas eleições lhe interessam, não deixe de visitar este site: http://euandi.eu/.
Informação detalhada pode ser encontrada aqui: http://euandi.eu/abouteuandi.html.

6 comentários:

  1. Sou um defensor acérrimo da Democracia Direta.

    Chris Gupta: "A constituição de uma «Democracia Representativa» "consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta..."

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olhe, eu não. Sou um acérrimo defensor da Democracia Representativa, em que por representativa. Com a noção adicional que o representante (deputado) deve guiar-se pela sua ética e moral pessoal e não pelos desejos específicos dos eleitores ou populações.

      Eu sou adepto da noção aristoteliana de Politia e contra a noção (aristoteliana) de Democracia. A chamada Democracia Directa deveria ser mais correctamente chamada de Oclocracia e é apenas mais uma forma de tirania (neste caso, da maioria).

      Eliminar
  2. Caro LAC,

    Que canudo, não me enquadro liminarmente em nenhum partido:

    PAN: 69% (QUEM?)
    AP: 69%
    Livre: 56%
    PCTP/MRPP: 54%
    PS: 53%
    BE: 49%
    MAS: 45%
    CDU: 45%

    Agora mais a sério, acho que a metodologia tem falhas. O resultado que tenho de "aproximação" ao PAN está errado e acho que, em parte, por falta de informação sobre algumas posições (na comparação individual tem bastantes campos de "não tem posição") e noutras por não ser dado (acho...) um peso significativo às discordâncias.

    A diferença entre uma posição concordante minha e discordante do partido (2 níveis de afastamento, se incluirmos o neutro) deveria pesar significativamente mais que uma diferença entre uma posição neutra e uma de concordância total. Ora isso não parece acontecer.

    Olhando as respostas pergunta a pergunta estou francamente mais próximo (se que numa versão mais moderada) da AP do que do PAN, com o qual tenho algumas discordâncias profundas (4 graus de diferença numa resposta!)

    ResponderEliminar
  3. Carlos, deixe-me tentar responder-lhe, como parte integrante do projecto.

    Havendo falta de informacao sobre algumas posicoes (seja por falta de posicao do partido, ou por falta de suporte documental), é preferível codificar como "sem opinião" do que atribuir uma posicao não tenha uma base documental sólida. No que toca ao peso que se dá às diferencas, penso que a informacao relevante se encontra no segundo link no post, em que a metodologia está explicada com maior detalhe.

    Infelizmente, os partidos portugueses não colaboraram de todo com o projecto (apenas na Roménia tivemos menos partidos disponíveis a fazer o seu auto-posicionamento em toda a UE). Deste modo, qualquer posicao tinha que ser baseada em documentacao sólida, para salvaguardar a nossa posicao como codificadores. Por exemplo, no caso do LIVRE, há vários casos em que optamos por usar "sem opinião", mesmo sabendo qual é a posicao natural de um partido de esquerda, dado o partido ainda não se ter pronunciado sobre a matéria.

    Se está mais "francamente próximo" da AP do que de todos os outros (não sei se estou a interpretar bem as suas palavras), então a AP estar em segundo lugar com a mesma percentagem parece-me um bom resultado, no que à performance da aplicacao diz respeito.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro André,

      Antes de mais obrigado pela sua resposta e os meus parabéns pelo projecto que, apesar das críticas que fiz, considero bastante útil e valioso.

      Depois de escrever o post perdi algum - admito, não muito - a ler a metodologia e acho que o principal problema se prende com o "sem opinião" dos Partidos. Para efeitos de cálculo, um sem opinião de um partido corresponde ao indiferente, o que leva a que dá, de forma automática, um "score" de 50%+ na resposta. Igualmente, dão uma classificação de 25% para uma diferença de 4. Ora uma diferença de 4 deveria ser igual a uma de 5. Classificação 0. Se eu sou tendencialmente a favor ou contra e o partido é liminarmente da opinião contrária, a diferença de choque em relação a uma oposição "profunda" não é grande. Na pior das hipóteses dariam um 10%, nunca 25%.

      Outro ponto/crítica/comentário: no inquérito, onde para o cabeça de lista da AP? Não aparece... e o Sr. "António Pereira" é desconhecido (já o Sr. Garcia Pereira - mesma pessoa - é bastante reconhecível). Finalmente, e ainda no inquérito, como sabe não se votou na AP como coligação (e ainda não se sabe se existirá para as legislativas, mas tenho dúvidas) o que distorce os resultados.

      Eliminar
    2. Embora não sendo especializado em ciência política, penso que é óbvio que qualquer metodologia poderia ser passível de críticas e melhoramentos. No final do dia, a direcção do projecto, após extensa discussão como membros da advisory board e do resto da comunidade científica concluiu que esta seria a metodologia mais apropriada. Apesar de a aplicação estar já finalizada, a discussão continuará, e se tudo correr bem em 2019 teremos uma versão ainda mais consensual (:

      No que toca à AP, penso que, sendo claro que será a AP que surgirá no boletim de voto para as eleições europeias, inclui-la em detrimento de cada um dos partidos separadamente faz mais sentido do nosso ponto de vista.

      Convém também notar que a codificação teve de ser terminada há semanas atrás, altura na qual muitas das decisões sobre as eleições não estavam tomadas - o BE ainda não tinha finalizado o programa eleitoral, o LIVRE ainda não sabia se iria efectivamente participar nas eleições, etc etc etc.

      No que toca ao nome do Garcia Pereira, o uso do primeiro e último nome prende-se com a consistência necessária na base de dados entre todos os países, penso eu. Num projecto desta dimensão/ambição, certos sacrifícios têm que ser feitos para facilitar a comparabilidade entre países e este poderá ter sido um desses casos.

      Obrigado pelos comentários!

      G

      Eliminar

Não são permitidos comentários anónimos.