sexta-feira, 19 de junho de 2015

O que podemos aprender com os psicopatas?

Este é o título apelativo de um livro de Kevin Dutton, professor de psicologia da prestigiada universidade de Oxford. Segundo Dutton, os psicopatas podem não ser violentos e uma dose adequada de psicopatia pode até ser bastante saudável. É como a diferença entre apanhar cancro na pele por exposição excessiva aos raios solares ou ficar apenas saudavelmente bronzeado. Parece que grande parte dos líderes empresariais, políticos de sucesso (Kennedy e Clinton seriam os dois presidentes dos EUA com maiores índices de psicopatia), cirurgiões, académicos (os que arranjam mais financiamentos em bolsas e projectos), advogados, jornalistas apresentam elevados índices de psicopatia. Em suma, os homens (as mulheres pelos vistos não são afectadas por esta “perturbação”) habituados a lidar com o poder são, regra geral, charmosos, manipuladores e, sobretudo, implacáveis, extremamente focados, imunes ao medo, atreitos a correr grandes riscos e sem um pingo de remorsos.
Foram eles, esses grandes psicopatas, especialistas em contornar regras, a assumir riscos e a procurar emoções fortes que puseram a economia mundial à beira do precipício e são eles, sem surpresa, os primeiros a erguer-se (e até, por vezes, a aproveitar-se) dos destroços que eles próprios provocaram.
As teorias do professor Dutton são interessantes, têm alguma lógica, mas provocam arrepios.

3 comentários:

  1. Eu acho interessante que Kennedy e Clinton sejam ambos considerados psicopatas, mas Nixon não seria também? Será que a classificação tem alguma coisa a ver com ser viciado em sexo? Parece-me um bocado estranho.

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    1. Esse estudo sobre os índices de psicopatia dos presidentes dos EUA foi feito com base em inquéritos aos biógrafos dos presidentes. Todos eles apresentam índices de psicopatia acima da média, mas pelos vistos o Kennedy e o Clinton destacavam-se, mas quase de certeza que o Nixon também devia estar no top ten - no livro o autor só faz referência a esse estudo para dar os exemplos de Kennedy e Clinton, e não nos dá o ranking

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    2. A picohistória é muito popular e tem coisas interessantes ( os mencionados eram sobretudo bipolares e/ou ciclotímicos e o Lincoln tomava mercúrio, coitado...) , mas o Dutton é, sobretudo , nesta fase, um escritor de livros de auto-ajuda que descobriu o filão da psicopatia para excitar os pacatos pacatas.

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