sábado, 13 de junho de 2015

Risco moral no negócio da TAP

Só em 2014, as greves da TAP foram responsáveis por perdas estimadas em €30 milhões. Se o negócio da TAP for aprovado, há a real possibilidade que, caso os trabalhadores não gostem da nova administração, mais greves se seguirão porque assim, ao acumular perdas, pode-se chegar ao limite pelo qual a companhia reverte para o estado português.

O governo tenciona alocar 5% do capital da empresa aos sindicatos. Não sei se 5%, por si só, é suficiente para incentivar os sindicatos a portarem-se bem. Mas eu acho que seria bom que houvesse uma cláusula associada aos 5% pela qual os sindicatos assumem a responsabilidade de todas as perdas provenientes de greves--não sei se isso é legalmente possível, mas a Constituição da República Portuguesa tem mecanismos para lidar com impossibilidades constitucionais.

Para além disso, acho que o estado português deveria ter um plano para desmantelar a empresa caso este negócio falhe. Têm de haver consequências reais conhecidas antecipadamente, pelas quais todas as partes interessadas sofrem perdas em caso de falhanço. No caso de a TAP voltar a falhar, então, antes do falhanço, que se usem todas as ferramentas ao dispôr do estado para proteger o erário público e evitar o falhanço.

Os incentivos do estado, trabalhadores, e gerência da TAP têm de estar todos alinhados. Os contribuintes portugueses têm de ser protegidos de risco moral.

1 comentário:

  1. Se calhar o ideal (em termos de alinhamento dos objetivos dentro da empresa) seria uma solução à maneira da United Airlines (pré-2002)

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