terça-feira, 2 de agosto de 2016

Come e cala-te!

Levei os cães ao parque porque queria fazer um agrado ao Alf, já que o Chops foi dar um passeio ao veterinário. Quando cheguei aos parques -- em dois cantos da intersecção das ruas Evergreen e Newcastle Dr. -- bati com o nariz na porta: não são permitidos cães, nem álcool, nem fumar. Armas está bem. 

Não percebo este pessoal, dado que muitos acham que são libertários; mas escolhem viver em sítios com altos níveis de regulação. Por exemplo, é proibido ter o caixote do lixo à vista, o lixo e os detritos do jardim não podem ser postos na rua senão em dias e a horas específicas ou recebemos um aviso da cidade, etc.

Depois penso que, não tendo eu filhos, ando aqui a subsidiar os filhos dos outros com os meus impostos e nem me é permitido desfrutar um copo de vinho no parque, se me apetecesse fazer um piquenique. E os parques que há disponíveis para eu andar com os meus cães não são tão bons como os parques disponíveis para crianças; é como se eu fosse uma cidadã de segunda categoria porque tenho cães. 

Pois, já sei o que estão a pensar: "Rita, come e cala-te porque quem escolhe viver aí és tu..."


Evergreen Park

Russ Pitman Park

Passeios, viste-os!

Achei esta casita muito gira, mas se fosse minha, o jardim das traseiras seria muito mais giro. Vão ver ao Google Maps, na intersecção de Evergreen St. e Newcastle Dr., em Bellaire, TX. A maior parte das outras casas são os casarões do costume...




4 comentários:

  1. A minha não gostava muito de parques onde houvesse outros cães. Ela teve sempre, em todos os sítios onde viveu, alguns amiguinhos mas sempre poucos. Com esses ela brincava e adorava divertir-se. Com outros cães - sobretudo outras cadelas - nem pensar e, com a idade, tornou-se mesmo um problema complicado porque deixou de tolerar outros cães, machos ou fémeas.

    O que ela gostava, isso sim, era de andar pela cidade. Era o delírio para a madame! Pelo que já percebi és do Norte daí não saber se conheces bem Lisboa. Quando viviamos na capital um passeio que fazíamos algumas vezes quando estava bom tempo era sair de casa até ao Cais do Sodré a pé, tomar o comboio até Belém e depois a pé de Belém à Baixa. À noite fazíamos, isto com bastante regularidade, de Metro até ao Campo Grande e depois a pé de volta à Baixa. Isso sim era o que ela gostava. Em Madrid era comum irmos da Plaza de España a Chamartín voltando depois de comboio até Pp. Pío e daí a pé até casa novamente. Parques, campo e verduras afins, se fosse com amiguinhos dela, ok, porque se distraía. Só andar, comigo, não achava assim tanta piada. Penso que por causa de haver outros cães, desde logo, e também porque como ela detestava molhar-se, a humidade da relva e das ervas a incomodava.

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  2. "...ando aqui a subsidiar os filhos dos outros..."

    Mas os outros, os que têm os filhos, andam a criar aqueles que, dentro de 30 anos, farão tudo aquilo de que precisa:
    serão os seus médicos, os seus advogados, os baristas do Starbucks que frequenta, os polícias, os taxistas, até aqueles que plantarão e regarão as árvores e arbustos dos parques em que passeará os seus cães. E os veterinários desses cães. Penso que a robótica ainda não chegou ao ponto de lhe dispensar a utilidade dos "filhos dos outros".

    Quanto aos "parques que há disponíveis para eu andar com os meus cães não [serem] tão bons como os parques disponíveis para crianças", ia ser irónico, mas agora estou a pensar que nem sei o que diga...

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    1. E serão pagos para isso -- onde eu vivo, até são muito bem pagos. Quanto ao não saber o que me dizer, é assim: o post era para ter uma boa dose de piada, mas também um pouco de verdade, pois um dia destes, iremos acordar num mundo em que quem não tem filhos irá revoltar-se porque é discriminado, não só nos impostos. Há sítios onde quem não tem filhos trabalha horas mais longas e dá cobertura aos que têm filhos (a mim nunca me aconteceu) e, mesmo assim, quem não tem filhos é visto como um desperdício de humanidade. Estas são alguns dos argumentos que eu vejo as pessoas terem nos EUA, seja em blogues, seja no Facebook, e já começam a aparecer nos media mais tradicionais. Era um post provocatório para as pessoas pensarem no assunto. ;-)

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    2. Eu estou com a Rita. Além de tudo o que referiste, há empresas, como a minha anterior, que têm uma porrada de benefícios para quem tem filhos (descontos nos livros, prendas de natal, subsídios para a escola, seguros), sem oferecerem nada a quem não tem. Acho que há um muito irritante moralismo em favor de quem tem filhos, sim.

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